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terça-feira, 3 de julho de 2012

Espanha ainda vai incomodar muita gente

Cena repetida: Casillas erguendo Euro em 2012 (esq.) e 2008 
A Itália contava com os veteranos e ótimos goleiro Buffon e meia Pirlo, além do polêmico Mario Balotelli no ataque. Mesmo assim não teve forças e se tornou mais uma vítima da poderosa Espanha na decisão da Eurocopa 2012, neste domingo (01).

A Espanha usou a abusou da troca de passes perfeita - sua marca registrada - para, aos moldes do Barcelona, colocar os italianos na roda, marcar dois gols em cada tempo da partida, e conquistar sua terceira Eurocopa com a sonora goleada de 4 a 0.

O título, mais do que histórico por ser a primeira vez que um país conquista a competição duas vezes seguidas, também representa o início do segundo ciclo vitorioso dos espanhóis. Comandados por Luis Aragonés, a Furia ergueu a Euro em 2008, batendo a Alemanha por 1 a 0 na final. Em 2010, já com o comando de Vicente Del Bosque, conquistou o mundo, em solos sul africanos, ao vencer a Holanda na decisão (1 a 0).

Em 2010 Iniesta deu a 1ª Copa do Mundo para a Espanha

Esse histórico recente, aliados ao ultimo título da Euro-2012, coloca a Espanha entre os favoritos para a disputa da Copa do Mundo do Brasil, em 2014, além da Copa das Confederações de 2013 – único grande título que a Fúria ainda não possui.

O time tem como base os elencos de Barcelona e Real Madrid. No jogo derradeiro, contra Balotelli e Cia, foram seis jogadores da equipe catalã (Piqué, Alba, Busquets, Xavi, Iniesta e Fábregas), quatro dos merengues da capital (Casillas, Arbeloa, Sergio Ramos e Xabi Alonso) e apenas o 'intruso' David Silva, do inglês Manchester City. Isso explica a semelhança no estilo de jogo da seleção com o Barça, dispensando inclusive a utilização de um atacante de área.

Com a facilidade de chegar à cara do gol adversário a partir de tabelas e passes precisos de Iniesta e Xavi, os espanhóis abrem mão da presença de um centroavante matador. Fernando Torres, por exemplo, autor do gol do título em 2008, não se firmou entre os titulares durante a competição, e, apesar de terminar entre os artilheiros da Uefa Euro com três gols, foi titular em apenas duas partidas, ainda na fase de grupos.

Outro repeteco: Torres fez sobre Buffon em 2012 (esq.) e  Lehmann em 2008
O jogador do Chelsea (Inglaterra) só ficou como opção no banco de reservas na final, e entrou para deixar sua marca e dar uma assistência quando a fatura já estava praticamente liquidada.

A julgar também pela média de idade do esquadrão espanhol e pela renovação constante, os adversários podem ficar temerosos. Em 2008, o selecionado tinha média de 26 anos. Em 2010 era de 25,9, e este ano subiu para 26,7 anos em média.

O jogador mais velho deste atual grupo é o meio Xavi, de 32 anos. Em contra partida, seu companheiro de Barcelona Iniesta, eleito o melhor jogador da Eurocopa 2012, tem 28 anos. Entre os mais novos do elenco aparecem os titulares Jordi Alba e Sergio Busquets, e Javi Martínez, todos com 23 anos.

Jogadores mais experientes, como Puyol (34) e David Villa (30) não estiveram presentes a Polônia e Ucrânia por conta de lesões, mas não fizeram falta para Del Bosque. Alguns outros jogadores da nova geração, como o brasileiro/espanhol Thiago Alcântara (21) e Iker Muniain (19), de Barcelona e Atlético Bilbão, respectivamente, não foram convocados para esta competição, mas certamente vestirão a camisa vermelha em torneios futuros.

Para os próximos grandes torneios do calendário do futebol, a Espanha sempre entrará como uma das mais temidas e contará com sua base e constante renovação para continuar erguendo taça após taça.
O ápice dessa geração veio em 2010, com Iker Casillas - sempre ele - levantando a Copa do Mundo da África do Sul


Guilherme Uchoa

Fotos: Montagens Iker Casillas e Fernando Torres - Getty Images e Martin Meissner/AP, Reuters (Iniesta) e Flávio Florido/ UOL

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