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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Presidente do Fla usa Imperador para ganhar eleições

A lista de gols e títulos de Adriano ao longo de sua carreira é extensa. Porém, em proporção muito maior estão suas confusões e desentendimentos pelos clubes onde passou. 

Adriano não foi mandado embora por receio de Patrícia
Mais extenso ainda que os dois quesitos anteriores estão suas linhas e mais linhas de falatório em apresentações nos  novos clubes que chegou, nos quais, via de regra, os discursos ficam em um tom de "esta é a minha última chance de provar que ainda posso jogar futebol de alto nível". Foi assim na Roma, no Corinthians, e mais recentemente em seu segundo retorno ao Flamengo. 

Bonito nas palavras, nem tanto nas atitudes. Pouco menos de dois meses de sua volta a Cidade Maravilhosa, Adriano já faltou sem justificativa plausível em pelo menos duas oportunidades. Segundo o site Globoesporte.com, em sua nova ausência no último final de semana, o jogador mandou diversas mensagens disconexas para o celular do dirigente Zinho, pedindo que ele o encobrisse neste novo vacilo.

Em sua conta do Twitter, Adriano disse que não foi ao treino de sábado por estar em dúvida se continuava ou não com sua carreira. 

A principal dúvida é: porque a diretoria rubronegra não rescindiu sua contrato se, à sua chegada, deixou claro que não iria tolerar deslizes do atacante como fez em seus clubes anteriores?

A resposta pode estar no dia 7 de outubro. Sim, dia de eleições municipais. O país inteiro escolherá seus novos (ou velhos) prefeitos e vereadores. Entre todos os elegíveis, Patrícia Amorim, presidenta do Flamengo tenta conquistar pela quarta vez uma vaga na Câmara de vereadores do Rio. 

O Imperador perdeu os treinos do final de semana na Gávea
Adriano oficialmente não está apoiando a dirigente carioca em sua empreitada como Vagner Love, por exemplo. A artilheiro do amor demonstrou apoio público a Patrícia em videos que circulam pela internet.

O Imperador não chegou a tanto, mas a verdade é que caso fosse mandado embora do clube, por seus atos de indisciplina constantes e sem nem ao menos ter a oportunidade de voltar a balançar as redes pelo Flamengo, a nação rubronegra, sabe-se lá porque ainda tão confiante em Adriano, ficaria enfurecida.

O resultado catastrófico nas urnas em função dessa possível afronta a massa flamenguista certamente passou pela mente de Patricia Amorim enquanto colocava na balança os prós e contras de uma possível demissão do artilheiro.

A dirigente também teve seu nome envolvido em polêmicas políticas no mês passado. Segundo levantamento feito pela Espn.com.br, Patrícia Amorim nomeou 25 pessoas ligadas ao clube e da sua própria família em seu gabinete na Câmara. 

No "primeiro turno" Adriano ganhou sobrevida no Flamengo. Se ele será "eleito" definitivamente ao final desse processo eleitoral, vai depender dos resultados das urnas no próximo domingo. O único detalhe é que não é ele quem está concorrendo. É Patrícia.

Confira o vídeo de Vagner Love em apoio à Patrícia Amorim:



Guilherme Uchoa e Richard Durante Jr.

Fotos: Vipcomm
Vídeo: Canal EquipePatríciaAmorim - Youtube


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Neymar é protegido?

Tema recorrente no futebol brasileiro: Neymar. O astro do moicano está envolvido em diversos assuntos que, por muitas vezes, nem sequer está relacionado ao futebol espetacular que apresenta em campo.

Neymar sofreu faltas duras, irritou-se e foi expulso do jogo
Um desses assuntos mais explorados é a proteção ou não proteção que o atacante santista receberia dos homens do apito no Campeonato Brasileiro. Os mais exaltados clamam que Neymar Jr. cava muitas faltas e tenta ludibriar a arbitragem com saltos espetaculares e quedas feias para contatos não tão violentos.

Outros afirmam que o artilheiro alvinegro apanha muito e seus agressores não são punidos com o rigor necessário.

A opinião do leitor

E você, leitor do Blog Faculdade da Bola? Acredita que Neymar é cai-cai, exagera nas faltas e é protegido pela arbitragem, ou ele realmente é caçado com violência e os lances não são punidos como deveriam? Deixe seu voto na enquete disposta nas próximas duas semanas no Faculdade da Bola.

Longo debate

A verdade é que a interminável discussão ganhou um novo capítulo em sua última partida pelo Santos, no domingo (30), contra o Grêmio, no Olímpico. Neymar - sempre muito vaiado pela torcida rival - foi expulso pelo arbitro Nielson Nogueira Dias aos sete minutos, depois de dividida com Pará, lateral gremista.

O atacante da seleção brasileira já havia sido punido com cartão amarelo depois de reclamar das faltas sofridas em um lance que arrancou do meio de campo, sofreu diversas pancadas, até finalmente ser derrubado próximo a área gremista. Nielson Nogueira mandou seguir, dando vantagem aos santistas, mas não puniu nenhum oponente.

Dois minutos depois de ser advertido, Neymar levou vermelho na jogada com Pará, interpretado pelo juiz como agressão do santista. Antes o garoto ainda tinha sido responsável pelo cartão recebido por Zé Roberto no primeiro tempo, em violento carrinho por trás.  

Neymar (11) levou vermelho direto após dividida com Pará
O comandante santista Muricy Ramalho disparou contra a arbitragem após a partida, alegando que Nielson Nogueira tentou ganhar destaque punindo seu atacante. "No primeiro cartão ele foi falar com o juiz, não chingou. Já está chato, [o arbitro] chama o moleque de lado para dar cartão. Está chato isso de o juiz querer aparecer em cima do Neymar. Ele exagerou, nos prejudicou", disse Muricy, que ainda inocentou Neymar no lance.

"Acho que ele [Nielson Nogueira Dias] se empolga com o barulho [da torcida]. Neymar toma porrada o tempo todo e não fazem nada. Ele só caiu por cima do Pará, não fez nada. Falam que ele é cai-cai, mas ele não faz isso e continua levando porrada", concluiu.

O atleta santista aprendeu a apanhar quieto na maioria dos lances, talvez já acostumado em ser o jogador mais caçado em campo, mas em algumas oportunidades perde a paciência e passa a reclamar com mais agressividade, sendo em muitas oportunidades punido. Sua última expulsão na carreira, inclusive, havia partido deste princípio.

No ano passado, durante derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, Neymar reclamou de uma falta recebida e levou o amarelo. Não satisfeito, aplaudio ironicamente a marcação do arbitro e acabou expulso.

Não bastasse isso, a joia ainda começou a passar por situação inédita em sua carreira: ser vaiado em jogos da seleção brasileira. Durante os Jogos Olímpicos de Londres, foi vaiado pela torcida local quase todas as vezes em que tocava na bola.

A cena se repetiu em solos brasileiros, no Morumbi, durante amistoso contra a África do Sul. A atitude chegou a despertar atenção até de jogadores estrangeiros, caso do zagueiro argentino Sebá Domingos (com passagem pelo Corinthians), que, após a primeira partida entre as duas seleções pelo Super Clássico das Américas, disse que Neymar deveria ser melhor tratado pela torcida brasileira, por ser nossa maior esperança para a Copa de 2014.

A única certeza é que quem perde com as ausências de Neymar no Brasileirão - seja por suspensão ou por estar servindo o Brasil em amistosos pouco produtivos - não é unicamente o torcedor santista, e sim o torcedor brasileiro. Em pouco tempo, só poderemos ver essa estrela brilhar através da Tv a cabo, em campos distantes da Europa. Só então vamos perceber a falta que faz em nosso futebol. 

Guilherme Uchoa


Fotos: Futura Press e Ricardo Rímoli