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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Basquete brasileiro está pronto para Londres

Huertas em ação contra a Argentina durante o Super Four
Apesar das sérias deficiências e dificuldades financeiras apresentadas pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e reveladas pela edição de junho da revista ESPN, em quadra a seleção nacional passa por seu melhor momento das últimas décadas.

Comandados pelo argentino Rubén Magnano, campeão olímpico com sua nação em 2004, o Brasil finalmente está preparado para a disputa dos Jogos Olímpicos de Londres, com abertura oficial marcada pra sexta-feira (27). Foram 16 anos, ou três edições, longe do maior evento esportivo do mundo, antes da conquista da vaga na Copa América de Mar del Plata, no ano passado.

Depois de diversas tentativas, que não foram atendidas nem mesmo durante o pré-olímpico das Américas, o país conseguiu juntar em uma mesma convocação aqueles que são tidos como a nata do basquete verde e amarelo. Nenê, do Washington Wizards, que desde 2010 não atendia aos chamados por diversos motivos pessoais e profissionais, e Leandrinho, do Indiana Pacers, que também esteve ausente do torneio classificatório do ano passado, juntaram-se as outras duas estrelas da NBA Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers) e Tiago Splitter (San Antonio Spurs), além de Marcelinho Huertas (Barcelona - ESP), Marcelinho Machado (Flamengo), Giovannoni e Alex Garcia (ambos do Brasília), entre outros.

A série de amistosos realizados pelo grupo provaram a boa fase. Jogos equilibrados contra a experiente e poderosa equipe argentina, conquistando inclusive o torneio Super Four, em Foz do Iguaçu, por 91 a 75, vitoria fácil sobre a Espanha B (até pouco tempo nossa seleção não teria condições de fazer nem ao menos uma partida equilibrada contra os reservas espanhóis), e finalmente uma belíssima atuação contra o 'já medalha de ouro' Estados Unidos, na derrota por 80 a 69.

Os norte americanos, que realizaram alguns amistosos que não passaram de jogos de exibição, devida a facilidade em aplicar placares elásticos,  tiveram que suar para superar o Brasil. O poderoso ataque comandado por algum dos principais nomes do esportes como LeBron James e Kobe Briant ficou limitado a meros 80 pontos, muito aquém dos três digitos que esta acostumada a atingir.


O pivô Nenê voltou a servir a seleção brasileira

O primeiro quarto da partida foi vencido pelos brasileiros com uma diferença de 10 pontos. O terceiro e último quarto terminaram a favor dos gringos, mas com placar equilibrado. O segundo período de jogo que pesou contra nosso selecionado. Huertas e Cia marcaram apenas cinco pontos contra 20 das estrelas norte americanas.

Apesar das falhas apresentadas nesse pobre segundo quarto de partida ante norte americanos, em que o Brasil foi desarmado com extrema facilidade, permitindo rápidos contra ataques ao adversário, a experiencia de enfrentar de igual para igual a favoritíssima candidata a medalha de ouro provou o atual status de nossa seleção.

Depois deste confronto, o grupo também perdeu por pequena diferença para a França, de Tony Parker, ganhou com facilidade a Austrália, adversário da estréia, no domingo (29), por 87 a 71, e atropelou a Tunísia em 87 a 54.

Além dos australianos, o Brasil enfrenta China, Espanha, Grã-Bretanha e Rússia na primeira fase do torneio.

A opinião dos craques

Amaury Pasos ressalta a força dos rivais na primeira fase
O ex-jogador Amaury Pasos, bicampeão mundial pelo Brasil em 1959 e 1963, e duas vezes medalha de bronze, nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, e Tóquio, em 1964, analisou o atual momento do Brasil e os adversários da primeira fase olímpica. "A seleção teve méritos de conseguir a classificação, mas agora é difícil. Se jogar muito, muito bem, pode ser que consiga uma medalha, mas acho difícil. Estamos em uma chave que tem a Espanha, que é candidata a medalha de prata. Tem Austrália, da qual somos fregueses seculares, então qualquer adversário é peleira", disse em entrevista ao Blog Faculdade da Bola.

Outro representante da fase mais gloriosa de nosso basquete, o ex-pivô Antonio Sucar, que defendeu o Brasil na conquistas das duas medalhas olímpicas, além do título mundial de 63, no Rio de Janeiro, tem mais esperanças em uma possível conquista em solos ingleses e, para isso, usou como exemplo outra seleção comnadada por Magnano. "Nas olimpiadas de 2004 o melhor eram os Estados Unidos, mas quem ganhou foi a Argentina", lembrou durante entrevista concedida à equipe do Blog Faculdade da Bola em seu escritório, em Moema, capital.

Sucar acredita na conquista de medalha em Londres
O gigante, argentino de nascimento, ainda vê com bons olhos a presença de seu compatriota Rubén Magnano no comando do time e cogita uma posição no pódio em Londres, para repetir a conquista de sua geração. "Rubén é muito bom técnico, ele deu força para nossa seleção. Se a gente tiver sorte, pode ser medalha de bronze ou medalha de prata. Até o sonho impossível, de uma medalha de ouro", vislumbra Sucar.

Talvez o sonho de Antonio Suca não seja algo tão inatingivel. Resta ao torcedor brasileiro acreditar que uma possível medalha - não importando sua cor - seja o catalisador necessário para impulsionar a modalida no país, reeditando os tempo gloriosos de Amaury e Sucar.


Guilherme Uchoa

Fotos: Colin Foster/ Divulgação CBB (Huertas e Nenê), Gabriel Soares (Amury) e Guilherme Uchoa (Sucar)



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Prognósticos do Brasileirão

Após quase um terço de Campeonato Brasileiro, ou seja onze rodadas, já posso apostar quais os clubes brigarão pelo título, pelas vagas na Libertadores e contra o fantasma do rebaixamento. Não sou nenhum mago ou vidente, mas o futebol apresentado e a força do elenco, me fez refletir sobre o futuro da competição.

Título

O bom time do Atlético Mineiro é candidatíssimo ao titulo de campeão brasileiro após 41 anos de jejum. O setor ofensivo do time é muito bom com Bernard, Jô e Ronaldinho Gaúcho e ainda tem André no banco. O setor defensivo também está bem com Réver em boa fase e a experiência do goleiro Victor, setor que era o ponto fraco do time.

O Internacional é forte candidato ao título de campeão brasileiro

O Fluminense e o Internacional serão os principais rivais do time mineiro. O Tricolor das Laranjeiras tem um elenco muito bom e um time que já está muito bem entrosado. Já o Internacional montou um verdadeiro esquadrão com a chegada do zagueiro Juan, o atacante Diego Forlán, a permanência de Leandro Damião, e a possível chegada de Paulo Henrique Ganso no lugar do garoto Oscar.

Libertadores
O São Paulo briga por uma vaga na Libertadores

Pela vaga na Libertadores de 2013, estão no páreo, Vasco da Gama, São Paulo, Grêmio, Botafogo e Cruzeiro. Será uma disputa bem interessante pela última vaga no torneio mais importante das Américas, já que os três citados acima deverão ficar com as primeiras posições e estes clubes brigam então por uma vaga.

Rebaixamento

Embora ainda seja cedo, já posso considerar o representante de Goiás como o novo participante da série B de 2013. Junto com o Atlético Goianiense, devem brigar para fugir da zona da degola o Náutico, o Sport, o Bahia, o Figueirense, a Portuguesa e o Santos. Não deve fugir desses clubes os rebaixados deste ano.

O Bahia luta para não voltar a série B
Portanto, estes são os meus prognósticos para este ano. Sei que muitos irão discordar, afinal, todos querem ou acreditam que seu time vai brigar pelo título ou não vai sentir o gosto amargo de disputar uma segunda divisão. Mas torcedor é assim mesmo e sempre põe o coração na frente da razão. Em dezembro, após a 38ª rodada, podem me cobrar.


 
Richard Durante Jr

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Copa de 98 ainda não acabou

Ronaldo choca-se com Barthez em 98
Em julho de 2012 a seleção brasileira comandada por Mano Menezes prepara-se para estrear nos Jogos Olímpicos de Londres, concentrada inicialmente no sucesso na renovação de seu grupo - visando a Copa do Mundo de 2014 no Brasil - e também na luta pela inédita medalha de ouro. Não que um aspecto não esteja estreitamente ligada ao outro.

Entretanto, em julho de 1998 o momento era totalmente diferente. O país inteira uniu-se diante de aparelhos de televisão naquela tarde de domingo, dia 12, apreensivos com a colisão de sua principal estrela com o goleiro Barthez, durante a decisão da Copa do Mundo entre França e Brasil, na casa dos adversários. A França, de Thuram, Deschamps e Zidane já havia sediado a terceira edição da Copa em 1938 (conquistada pela Itália), e tinha o moderníssimo State de France, em Saint-Denis, lotado à seu favor.

O Brasil era o atual campeão mundial, com o título conquistado pela dupla Romário e Bebeto nos Estados Unidos em 1994. Quatro anos depois, chegavamos a mais uma final, desta vez sob o comando de Ronaldo, então com 21 anos - a estrela que se chocou com o arqueiro francês durante bola dividida.

A preocupação exagerada demonstrada pelos companheiros de Fenômeno no momento do choque é justificável. Horas antes do início do confronto, boatos davam conta de que Ronaldo havia sofrido convulsão e que Edmundo jogaria em seu lugar. 

Momentos antes da bola rolar, o técnico Zagallo acabou escalando Ronaldo e o time, a exemplo do seu camisa 9, jogou mal e foi facilmente abatido por Zinedine Zidane e seus companheiros, na derrota por 3 a 0 (dois gols do craque Zidane e um de Petit). Foi impossível não relacionar a fraca atuação brasileira com o episódio envolvendo Ronaldo, que segundo Zico, então coordenador da seleção, foi presenciada por alguns jogadores, que consequentemente ficaram assustados e abatidos.

Ronaldo teria pedido para atuar na decisão contra França
Mário Zagallo confirmou a apatia e desanimo que os jogadores sentiram com a notícia da ausência de seu principal artilheiro para a decisão. "Fomos para o estádio da final, no ônibus onde era sempre muita animado não havia batuque, o clima parecia de um enterro. Chegamos ao local do jogo e antes da partida começar, Ronaldo entrou no vestiário vindo da clínica, pedindo para jogar. Pedia pelo amor de Deus para atuar e afirmava que estava se sentindo bem", disse. "Ele ter participado da final contra a França não afetou em nada o time, o que realmente abateu a todos foi o fato que aconteceu no dia do jogo. Eu pensei que a entrada dele fosse dar uma euforia ao time, só que isso não aconteceu", revelou o ex-técnico.  

Apesar de não ser um dos momentos mais gloriosos dentro da rica história de conquistas da seleção canarinha, o episódio até hoje despertar a curiosidade e o interesse do torcedor. Passado pouco mais de 14 anos da histórica partida, divergências referentes ao assunto ainda podem ser acompanhadas pela mídia.

Em fevereiro deste ano, Ronaldo utilizou uma de suas redes sociais, o Twitter, para refutar a versão apresentada por Bruno Carù, presidente da sociedade italiana de cardiologia esportiva, que alega ter analisado - ao lado de Piero Volpi, médico da Internazionale de Milão, então clube do craque - os exames realizados por médicos franceses em Fenômeno no dia 12 de julho, e constatado que a convulsão sofrido pelo atacante foi motivada por uma diminuição repentina nos batimentos cardíacos do jogador.

"Ronaldo estava deitado assistindo a uma corrida de Fórmula 1 e sem perceber, ao longo do tempo, inclinou a cabeça, forçando o pescoço e comprimindo o glômus carotídeo, um pequeno orgão responsável por regular a frequência cardíaca e a pressão arterial", afirmou Carù em fevereiro. "Depois ele teve uma queda súbita no batimento cardíaco e na pressão, desmaiando com as convulsões", afirmou o médico a um programa de televisão italiano.

R9 usou o Twitter para desmentir versão do médico Carù
A resposta do ex-jogador em sua rede social nega a versão de Bruno Carù, mas não esclarece os acontecimentos. "Lamento muito ver 14 anos depois oportunistas ainda tentarem ganhar espaço na mídia internacional com polêmicas sobre a Copa de 98. Tenho certeza que o assunto foi exaustivamente apurado e já está mais do que superado", digitou Fenômeno.

Mesmo ainda permanecendo nebulosas as razões que levaram o maior artilheiro em Copas a sucumbir instantes antes de um dos momentos mais importântes de sua carreira, sabemos em partes os bastidores e sequência de acontecimentos daquele domingo, que culminaram com a pífia atuação brasileira.

"Quando cheguei no quarto do Ronaldo, ele estava sentado na cama, paralisado e o Roberto Carlos do lado com cara de assustado. Disseram que ele teve uma convulsão. Quando perguntei se estava tudo bem com ele, ele só olhou pra mim e deitou. Já às17 horas fomos jantar e vi o Ronaldo perto da porta do refeitório. Ele tentou fazer um tipo de aquecimento e eu disse brincando 'o jogo é às 21 horas, já está aquecendo?', e ele disse 'Não sei o que aconteceu. Fui dormir, acordei e parece que levei uma surra!'. Depois do jantar, fizemos uma reunião com a comissão técnica e o médico disse que Ronaldo não tinha condições de jogo", contou Zico, em entrevista ao programa Bem Amigos, da Sportv.

"Quando faltava uma hora para começar o jogo, Ronaldo, já uniformizado, disse que havia jogado a copa inteira, que seus exames não haviam constatado nada e que iria jogar", revelou o eterno camisa 10 do Flamengo.

A palavra final sobre a escalação de Fenômeno coube a Zagallo. "Diante do silêncio de todos, chamamos o Ricardo Teixeira [ex-presidente da CBF] para decidirmos o que fazer. Então tomei a decisão de escalá-lo", relatou o velho lobo.

Zidane e companheiros com a Taça do mundo de 1998
Outras versões sobre o problema de Ronaldo e o que teria acontecido com o grupo, que contava com grandes jogadores como Roberto Carlos, Rivaldo, Bebeto, Cafu e Taffarel, ainda são ventiladas. A mídia esportiva à época divulgou que a convulsão foi fruto do grande estresse e pressão que o artilheiro sofria. Outros dão conta de que o médico da seleção Lídio Toledo teria realizado infiltração no joelho do craque, com substância que causou efeitos colaterais.

Ainda há outros mais extremistas que sustentam teoria de que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teria vendido o título para uma poderosa fornecedora de materiais esportivos. Claro que faltam provas e evidências que deem credibilidade para essas suposições, mas é justamente a falta de esclarecimento dos acontecimentos daquele dia que fortalecem as mais diversas teorias.

O que sabemos é que futebol vai muito além do que acontece dentro das quatro linhas. Os fatores externos influenciam em muito o resultado de uma partida, e certamente o que o mundo inteiro acompanhou diretamente do State de France naquele dia 12 de julho vai muito além de apenas bola no pé. São acontecimentos pouco claros que fazem com que os 90 minutos daquela partida tenham terminado, mas a final da Copa do Mundo de 1998 ainda esteja rolando. Mesmo depois de 14 anos.

A convulsão, que teria sido presenciada por alguns companheiros de Ronaldo, teria abalado o ambiente da seleção
Zico relatando detalhes do dia da final entre Brasil e França:

Melhores momentos da partida França x Brasil, pela Copa de 98:
Guilherme Uchoa
Fotos: George Herringshaw, Reuters e Célio Jr.
Vídeos: Sportv e Rede Globo

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Aqui é trabalho, meu filho!

- Fora Mano! Que venha o Muricy em seu lugar!

Parece drástico, mas pelo menos é isso o que deseja o torcedor leitor do Blog Faculdade da Bola. Depois de duas semanas de votação na pagina inicial do blog, os leitores elegeram Muricy Ramalho, com 24% dos votos (14), como melhor opção para o comando da seleção brasileira de futebol durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O atual técnico Mano Menezes não goza de muito prestígio popular e ficou apenas com a 5ª posição da eleição, com 5% das escolhas.

Depois de resultados frustrantes em amistosos e principalmente durante a Copa América de 2011, quando a seleção canarinha foi eliminada nas quartas-de-final, Menezes arrisca grande renovação em seu grupo, colocando todos os principais meninos do Brasil, como Neymar, Oscar, Damião, Ganso e Lucas, à prova nos Jogos Olímpicos de Londres, com início para o final deste mês.

Além de Muricy e Menezes, uma boa parcela dos torcedores, 13% para ser mais exato, lembrou saudosamente de Luis Felipe Scolari, que ficou com a segunda posição da enquete, com oito cliques. Felipão foi o comandante de nossa seleção na última grande conquista do país, a Copa do Mundo de 2002, disputada no Japão e Coréia do Sul. O time que ficou conhecido como "Família Scolari" pelo bom relacionamento, quase paternal, que Felipão possuía com seus selecionados, chegou em territórios asiáticos desacreditado, com seu comandante sendo duramente criticado por imprensa e torcedores por não ter levado Romário entre seus escolhidos. Apesar disso, liderou o grupo em uma campanha irretocável - sete vitórias em sete partidas - erguendo o penta campeonato verde-e-amarelo.

A terceira posição da votação ficou com Tite, do Corinthians, atual campeão da Libertadores da América. O gaúcho recebeu 8% dos votos (5).

Muricy Ramalho

Muricy em empate de seu Santos com o Inter, no domingo
O comandante santista tem currículo de sobra para justificar a preferencia do torcedor brasileiro. Desde o começo de sua carreira técnica, em 1993, acumula quatro campeonatos brasileiros, sete campeonatos estaduais e uma taça Libertadores da América. Além disso, ao conquistar a Libertadores do ano passado, com o Santos, Muricy afastou as críticas de que suas equipes não se davam bem em torneios do estilo mata-mata.
O técnico de 56 anos teve uma carreira relativamente boa como jogador. Atuou durante sete anos no São Paulo, onde venceu um Campeonato Brasileiro (1977) e um Paulista (1975). Nesse período esteve em 177 partidas, marcando 26 gols. A partir de 1979 transferiu-se para o Puebla, do México, onde jogou até 1985. Por lá jogou em 154 jogos, fez 48 gols e conquistou o campeonato mexicano de 1983.

Depois da aposentadoria, passou a comandar o próprio Puebla, antes de retornar ao Brasil como auxiliar do lendário Telê Santana, no São Paulo. Após alguns anos de idas e vindas no time da capital, sendo em alguns momentos técnico principal, e em outros momentos auxiliar de Telê e Carlos Alberto Parreira, Muricy deixou o clube para comandar Guarani, Shangai Shenhua, da China - onde chegou a ganhar uma copa em 1998 - Ituano, Botafogo de Ribeirão Preto, Portuguesa Santista, Naútico e Figueirense.

Em 2003 chegou ao Internacional de Porto Alegre e ganhou o Gauchão do mesmo ano. No ano seguinte foi para o São Caetano, onde também foi campeão estadual, e voltou ao coloraco em 2005, conquistando seu terceiro estadual seguido.

A partir de 2006 sua carreira como treinador alavancou. Seu retorno ao São Paulo foi glorioso e Muricy levantou três brasileirões seguidos (2006, 07 e 08). Entretanto, as frequentes eliminações na Libertadores fizeram com que o técnico deixasse mais uma vez o clube. Em 2009 comandou o Palmeiras, sem muito sucesso, e em 2010 voltou a vencer o Campeonato Brasileiro, desta vez com o Fluminense.

No Santos Muricy trabalha com jovens revelações, como Victor Andrade
No ano passado, assumiu o Santos, de Neymar e Ganso. Deixando um pouco de lado sua fama de retranqueiro, Muricy permaneceu com o estilo ofensivo que o time da baixada tinha deste o ano anterior e colocou na sua conta mais dois estaduais, além da sonhada Libertadores. A vexatória derrota para o Barcelona, na decisão do Mundial Interclubes de 2011, em nada abalou a confiança do torcedor santista em Muricy.

Atualmente, Muricy passa por mais um grande teste de sua carreira. A equipe do Santos está totalmente remendada, com ausências de Neymar e Rafael, servindo a seleção de Mano, Ganso, que além de também estar na seleção passa por crise de relacionamento com a diretoria alvinegra e tem seu nome frenquentemente citado em possíveis transferências com Internacional e alguns clubes europeus.

Não bastasse isso, o Santos perdeu diversos jogadores desde o término da Libertadores - saíram Alan Kardec, Elano, Borges e Rentaria - além sofrer com a contusão de vários reforços que a equipe trouxe (Fucile, Bernado, David Brás e Galhardo). Mas como 'desgraça pouca é bobagem', o técnico ainda tem que lidar com a frustração de ver sua diretoria fracassar em seguidas tentativas de contratação de Martinez, Cabral e Romarinho, entre outros. Essa falta de alternativas será a principal dificuldade para Muricy na briga pelo seu penta Campeonato Brasileiro, sem contar Recopa Sulamericana que o Santos disputará contra Universidad de Chile.

Apesar dos problemas, Muricy Ramalho já anunciou sua renovação de contrato até o final de 2013 com o clube caiçara. Com ele por mais um ano o torcedor santista pode ficar tranquilo porque, mesmo com as dificuldades, Muricy é sempre sinônimo de trabalho. Muito trabalho, meu filho!

Guilherme Uchoa

Fotos: Diego Guichard/ Globoesportes.com e Ricardo Saibun/ Santosfc.com 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Espanhol? Inglês? Prefiro ver o Campeonato Brasileiro

Apesar de nossa seleção nacional passar por um de seus piores momentos, colhendo resultados frustrantes em competições, seguidas quedas no ranking da Fifa - atualmente figura na irrisória 11ª posição - e tendo que arriscar uma grande renovação há apenas dois anos de sediar a Copa do Mundo, o Campeonato Brasileiro, nossa principal liga, nunca esteve tão bem.

Seedorf prepara-se para estrear com a estrela solitária
Recheado de bons jogadores e a algumas temporadas conseguindo repatriar atletas dos ricos solos europeus, nesta temporada a novidade são as estrelas 'gringas' que aceitaram deixar seus poderosíssimos clubes do velho continente para enriquecer o futebol tupiniquim. Primeiro o meia holandês Seedorf aceitou sair do Milan e da Itália para defender as cores da estrela solitária do Rio. Seguindo seu exemplo, mas não o seu destino, o meia-atacante uruguai Forlán também deixou Milão, da rival Internazionale, para pousar em Porto Alegre no quase xará Internacional.

Clarence Seedorf assinou contrato de dois anos com o Botafogo. Influenciado pela paixão de sua esposa, brasileira e torcedora do alvinegro, o holandês chega ao Brasil com um currículo repleto de grandes conquistas. Foram quatro Ligas dos Campeões (uma com o Ajax, da Holanda, uma com Real Madrid, da Espanha, e duas com o Milan), tornando recordista em conquistas dessa competição com diferentes clubes, cinco campeonatos nacionais, sendo dois holandeses, um espanhol e dois italianos, além do mundial interclubes de 2007.

Conhecido como Professor na Itália, o jogador nascido no Suriname, mas naturalizado holandês, fala seis idiomas distintos e nunca levou um único cartão vermelho em sua carreira composta por mais de 800 partidas.
Forlán usará o numero 7 do colorado,  atuando com Oscar
Sua experiência será fundamental para o meio de campo botafoguense, que conta com bons valores como Elkeson, Andrezinho e Renato.

Já Diego Forlán foi eleito melhor jogador da Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, antes de trocar o Atlético de Madrid (Espanha) pela Internazionale, da Itália. No clube italiano o meia-atacante não conseguiu repetir as boas atuações que realizou na Espanha ou as que lhe valeram o prêmio em solos africanos, o que facilitou sua rescisão.

Do clube brasileiro, receberá algo em torno de 415 mil reais mensais, um dos maiores valores do elenco, para ostentar a camisa 7. Segundo o clube, parceiros e um plano de marketing serão as ferramentas usadas para bancar esse alto investimento. Ao seu lado estarão outros jogadores de alto nível técnico que compõem o elenco gaúcho, exemplos de Oscar, Damião e D'Alessandro. Entre suas maiores conquistas estão o Campeonato Inglês de 2002/2003, pelo Manchester United, Copa da Uefa de 2010 com o Atlético e a Copa América de 2011 com o Uruguai.

Seedorf jogou 10 anos pelo Milan
Apesar da idade avançada (36 anos para o holandês e 33 para o uruguaio) e de possivelmente já não estarem no auge de suas formas físicas, a qualidade técnica e experiência que a dupla trará aos novos jogadores de seus clubes, além dos adversários em geral, será muito importante.

É claro que o esforço feitos pelo clubes para contar com esses atletas de alto nível é válido, mas também é necessário ter cautela com relação a situação financeira dos times. Em geral, os clubes brasileiros acreditam que conseguem transpor os investimentos milionários e as loucuras feitas para bancar os salários apenas com venda de camisas e outros produtos licenciados. Para contar com Forlán ou Seedorf, é necessário fazer um planejamento bem elaborado de marketing, além de reavaliar as finanças dos clubes para que não piore as já exorbitantes dívidas.

As principais ligas européias, como o campeonato inglês, alemão e espanhol, ainda possuem muito mais dinheiro, investimento, público e estrelas, mas ter em solos brasileiros jogadores como Forlán e Seedorf, além de outros nomes de relevância que já desfilam por aqui, como Deco, Fred, Oscar, Neymar, Lucas, Luis Fabiano, Juninho Pernambucano e Alex, ajudam nosso país a ter uma competição forte, com material humano de qualidade para atrair o torcedor ao estádio, aumentar cotas de televisão e despertar interesse de grandes patrocinadores. Afinal, são grandes jogadores que formam um grande espetáculo.

Forlán (direita) durante derby de Madrid entre Real e Atlético. O uruguaio foi eleito melhor jogador da Copa de 2010

Guilherme Uchoa

Fotos: Divulgação Botafogo, Alexandre Lops, Divulgação Site Oficial Seedorf e Alejandro Ramos

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Já passou da hora de mudar o calendário do futebol brasileiro

O futebol é jogado profissionalmente há quase um século. E há pelo menos trinta anos, o futebol europeu, assim como o seu calendário serve de parâmetro para todo o mundo. Menos ao Brasil.



Por aqui, ainda insistimos com estaduais longos, sendo disputados juntamente com a Copa do Brasil e a Taça Libertadores da América. No segundo semestre temos o Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana. E durante todo o ano temos competições da seleção brasileira ou amistosos.

A tradicional Taça Tereza Herrera há muito não vem para o Brasil
Já passou da hora de dar um basta nesta situação, é inadmissível um país que tem tanta tradição neste esporte e o único com cinco títulos mundiais continuar remando contra a maré. Os clubes brasileiros que agora passaram a contratar jogadores estrangeiros veteranos, poderiam ser potências tanto dentro como fora de campo. A adequação do calendário ao europeu só traria benefícios para os clubes do país assim como para a seleção. 

Poderíamos ver os times nacionais disputando competições como Tereza Herrera, Ramón di Carranza e outras por todo o mundo contra os maiores clubes da Europa. Talvez essa falta de jogos contra os estrangeiros seja um dos fatores para o declínio da nossa seleção.


Poderíamos aproveitar a Copa do Mundo de 2014 para essa mudança no calendário. Começar a temporada 2014-2015 do Campeonato Nacional. Aproveitar as datas-Fifa para amistosos da seleção sem prejudicar os clubes. Fazer um estadual mais enxuto e uma Copa do Brasil somente com campeões estaduais, o atual campeão e mais quatro vice-campeões, totalizando 32 clubes. Melhoraria o nível técnico e teríamos mais datas no calendário.

Richard Durante Jr   

segunda-feira, 9 de julho de 2012

PH Ganso: Ele não me engana mais

Ele surgiu como um novo craque. Um novo camisa 10 do time que teve o homem mais espetacular do futebol com esta camisa branca do time da Vila Belmiro. 


Ganso comemorando o gol como como um maestro na final do Paulista


No começo foi bem, parecia ser a solução para o Santos e até para a seleção brasileira, tanto que o técnico da seleção na Copa do Mundo de 2010, Dunga, foi duramente criticado pela imprensa por não levar para a África a dupla do Santos, Ganso e Neymar. Ainda mais depois da épica partida na final do Campeonato Paulista contra o Santo André, quando Ganso deu chapéu, bateu escanteio com malandragem, prendeu a bola quando o seu time tinha um a menos em campo e peitou o então treinador Dorival Júnior quando subiu a placa com o seu número para deixar o campo.

Nascia ali o gênio, o craque da camisa 10, o Brasil finalmente encontrara um jogador com inteligência, que cadencia a bola e dá passes milimétricos para seus companheiros. Um jogador com uma ótima visão de jogo e jovem, com todo um futuro pela frente.

Mas o tal Ganso começou a se perder no meio do caminho da curta carreira de um jogador de futebol. Após a contusão contra o Grêmio, no estádio Olímpico, ainda em 2010, o jogador de categoria única nunca mais foi visto nos campos brasileiros. Somente alguns lampejos de craque, mas muito pouco para quem era considerado o novo Zinedine Zidade do futebol brasileiro.


Cena comum na Vila Belmiro desde 2010: Ganso contundido
O que será que aconteceu neste tempo que fez o futebol desse jogador sumir de uma forma impressionante? Será que foram as contusões seguidas em seus joelhos? Ou será que o ciúme por seu companheiro de clube ganhar um salário muito superior e ser o queridinho da imprensa e da torcida também contribuíram? Ou será que Ganso nunca foi esse jogador que todos estavam esperando e aquilo que vimos em 2010 foi simplesmente um bom momento do jogador que já passou e talvez nunca mais volte?

Acredito que seja um pouco de cada coisa, mas uma coisa eu tenho certeza, o Ganso não é esse jogador que todos nós gostaríamos que fosse. Ele é um bom jogador com a bola nos pés, mas que não tem velocidade e nem se esforça para ajudar seus companheiros. O futebol de hoje é velocidade com a bola nos pés e todos ajudando na marcação quando estão sem a bola. O maior exemplo disso é o Barcelona. E foi contra esse mesmo Barcelona que tirei a conclusão que Ganso não é craque e sim mais um jogador comum com lampejos de craque.


Após o ano de 2010 foram poucas as boas partidas de Ganso

Ah, e o Ganso quer jogar na Europa. Tenho pena (embora não seja ganso) de um jogador que não corre aqui onde o futebol é muito mais cadenciado e quer jogar em países onde a força física e a correria são essenciais, como na Itália, na Alemanha e na Inglaterra, por exemplo.

Então Paulo Henrique Ganso, foi muito bom para o Brasil aqueles momentos que você proporcionou em 2010, principalmente para os santistas. Mas, já foi, não voltará mais e acho que os dirigentes do Santos devem estar muito frustrados por não terem vendido na época este jogador. Hoje ele deve ir para o Internacional, para substituir Oscar, esse sim, um belo jogador e com todo potencial de envergar a camisa 10 da seleção na Copa de 2014.


Richard Durante Jr.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Federer a uma vitória do hepta e do retorno ao topo do mundo

O suíço Roger Federer está a uma vitória em Wimbledon de alcançar duas marcas expressivas, após derrotar o atual líder do ranking mundial, o sérvio Novak Djokovic, na manhã desta sexta (6).

Roger Federer jogará sua oitava final de Wimbledon
Caso vença a final do Grand Slam londrino, contra o britânico Andy Murray ou o francês Jo-Wilfried Tsonga (número 4 e 6 do mundo, respectivamente), o suíço, a exemplo do que fez Rafael Nadal em Roland Garros, conquistará seu sétimo título em Londres, igualando-se ao lendário Pete Sampras e tornando-se o maior vencedor deste torneio na Era Aberta.

Atualmente Federer tem seis taças enquanto que Sampras possuí sete. Em junho, Nadal estava igualado em seis com Bjorn Borg nas conquistas do Aberto francês antes de sua sétima conquista. 

Além de poder igualar-se na liderança das conquistas desse torneio, o título (que seria o 17º Grand Slam de sua carreira) também recolocará Roger Federer no topo da liderança do ranking mundial – posto que não ocupa desde junho de 2010. Caso retorne a liderança mundial, o suíço deixará Pete Sampras para trás em outro quesito, o de tenista que mais semanas ficou na liderança do ranking da ATP. Hoje o suíço tem 285 semanas acumuladas no topo da lista, contra 286 do norte americano.

Como se não bastasse todas essas motivações, Roger ainda luta para voltar a vencer uma das quatro principais competições do circuito, já que sua ultima conquista foi o Austrália Open de 2010.

A vitória desta sexta sobre Djokovic foi obtida em quatro sets, com parciais 6/3, 3/6, 6/4 e 6/3. Agora Federer fica no aguardo pelo resultado da partida entre Murray e Tsonga, que duelam ainda nesta sexta-feira, para saber quem deverá bater na final de domingo.


Serena x Radwanska

Serena aplicou 24 aces sobre Azarenka na semifinal
Depois de registrar incríveis 24 aces na semifinal vencida sobre Victoria Azarenka, por 6/4 e 7/6 – recorde em uma partida feminina de Wimbledon - Serena Willians decidirá o torneio londrino contra a polonesa Agnieszka  Radwanska, número 3 do mundo.

Caso vença a decisão de sábado, Radwanska assumirá o posto de líder mundial, superando a russa Maria Sharapova. Em caso de título de Serena, o primeiro lugar da lista ficará com Victoria Azarenka.




Guilherme Uchoa

Fotos: Matthias Hangst/ AELTC e Agência AP

terça-feira, 3 de julho de 2012

Espanha ainda vai incomodar muita gente

Cena repetida: Casillas erguendo Euro em 2012 (esq.) e 2008 
A Itália contava com os veteranos e ótimos goleiro Buffon e meia Pirlo, além do polêmico Mario Balotelli no ataque. Mesmo assim não teve forças e se tornou mais uma vítima da poderosa Espanha na decisão da Eurocopa 2012, neste domingo (01).

A Espanha usou a abusou da troca de passes perfeita - sua marca registrada - para, aos moldes do Barcelona, colocar os italianos na roda, marcar dois gols em cada tempo da partida, e conquistar sua terceira Eurocopa com a sonora goleada de 4 a 0.

O título, mais do que histórico por ser a primeira vez que um país conquista a competição duas vezes seguidas, também representa o início do segundo ciclo vitorioso dos espanhóis. Comandados por Luis Aragonés, a Furia ergueu a Euro em 2008, batendo a Alemanha por 1 a 0 na final. Em 2010, já com o comando de Vicente Del Bosque, conquistou o mundo, em solos sul africanos, ao vencer a Holanda na decisão (1 a 0).

Em 2010 Iniesta deu a 1ª Copa do Mundo para a Espanha

Esse histórico recente, aliados ao ultimo título da Euro-2012, coloca a Espanha entre os favoritos para a disputa da Copa do Mundo do Brasil, em 2014, além da Copa das Confederações de 2013 – único grande título que a Fúria ainda não possui.

O time tem como base os elencos de Barcelona e Real Madrid. No jogo derradeiro, contra Balotelli e Cia, foram seis jogadores da equipe catalã (Piqué, Alba, Busquets, Xavi, Iniesta e Fábregas), quatro dos merengues da capital (Casillas, Arbeloa, Sergio Ramos e Xabi Alonso) e apenas o 'intruso' David Silva, do inglês Manchester City. Isso explica a semelhança no estilo de jogo da seleção com o Barça, dispensando inclusive a utilização de um atacante de área.

Com a facilidade de chegar à cara do gol adversário a partir de tabelas e passes precisos de Iniesta e Xavi, os espanhóis abrem mão da presença de um centroavante matador. Fernando Torres, por exemplo, autor do gol do título em 2008, não se firmou entre os titulares durante a competição, e, apesar de terminar entre os artilheiros da Uefa Euro com três gols, foi titular em apenas duas partidas, ainda na fase de grupos.

Outro repeteco: Torres fez sobre Buffon em 2012 (esq.) e  Lehmann em 2008
O jogador do Chelsea (Inglaterra) só ficou como opção no banco de reservas na final, e entrou para deixar sua marca e dar uma assistência quando a fatura já estava praticamente liquidada.

A julgar também pela média de idade do esquadrão espanhol e pela renovação constante, os adversários podem ficar temerosos. Em 2008, o selecionado tinha média de 26 anos. Em 2010 era de 25,9, e este ano subiu para 26,7 anos em média.

O jogador mais velho deste atual grupo é o meio Xavi, de 32 anos. Em contra partida, seu companheiro de Barcelona Iniesta, eleito o melhor jogador da Eurocopa 2012, tem 28 anos. Entre os mais novos do elenco aparecem os titulares Jordi Alba e Sergio Busquets, e Javi Martínez, todos com 23 anos.

Jogadores mais experientes, como Puyol (34) e David Villa (30) não estiveram presentes a Polônia e Ucrânia por conta de lesões, mas não fizeram falta para Del Bosque. Alguns outros jogadores da nova geração, como o brasileiro/espanhol Thiago Alcântara (21) e Iker Muniain (19), de Barcelona e Atlético Bilbão, respectivamente, não foram convocados para esta competição, mas certamente vestirão a camisa vermelha em torneios futuros.

Para os próximos grandes torneios do calendário do futebol, a Espanha sempre entrará como uma das mais temidas e contará com sua base e constante renovação para continuar erguendo taça após taça.
O ápice dessa geração veio em 2010, com Iker Casillas - sempre ele - levantando a Copa do Mundo da África do Sul


Guilherme Uchoa

Fotos: Montagens Iker Casillas e Fernando Torres - Getty Images e Martin Meissner/AP, Reuters (Iniesta) e Flávio Florido/ UOL

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cariocas são eleitos os melhores goleiros do Brasil

Com 13% dos votos do torcedor leitor do Blog Faculdade da Bola para cada um, os goleiros Paulo Victor, do Flamengo, e Jefferson, do Botafogo, foram eleitos os principais arqueiros do futebol brasileiro. Depois do 14 dias de votação, os arqueiros do futebol carioca foram selecionados seis vezes, ficando apenas um voto a frente de Rafael, do Santos (11%), e dois de Marcelo Lomba e Wilson (8%), do Bahia e Figueirense, respectivamente.

Nas próximas duas semanas o leitor do blog poderá escolher qual técnico deveria comandar a seleção brasileira na Copa do Mundo do Brasil, em 2014. Pra isso, basta acessar o Faculdade da Bola e votar na enquete disposta ao lado direito da página inicial.

Jefferson

Jefferson de Oliveira Galvão, de 29 anos, vive a expectativa de estar entre os nomes selecionados para defender a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres, que tem início no final deste mês. Natural São Vicente, no litoral paulista, e com começo de carreira atrelado ao Cruzeiro, o arqueiro atuou apenas cinco vezes com a camisa amarela, mas as constantes convocações do técnico Mano Menezes fazem com que Jefferson entre na briga por uma das três vagas destinadas a jogadores acima dos 23 anos permitidos para as Olimpíadas.

Jefferson em ação pelo Botafogo
Depois de sua formação na base mineira, teve sua primeira passagem pelo Botafogo em 2003, de onde saiu em 2005 para atuar no Trabzonspor (Turquia). Antes disso, foi campeão mundial sub-20 com a seleção brasileira, nos Emirados Árabes, em 2003.

Na temporada 2008/2009, o goleiro jogou pelo Konyaspor, também da Turquia, antes de acertar seu retorno para o clube carioca. Pelo Botafogo, conquistou as Taças Guanabara e Rio de 2010 – sagrando-se campeão carioca e sendo eleito melhor goleiro e melhor jogador da competição – e a Taça Rio de 2012. Na conquista de 2010 destacou-se por defender pênalti de Adriano na decisão contra o Flamengo. Além disso, foi eleito o melhor goleiro do Brasileirão do ano passado.

As boas atuações no Rio de Janeiro deram a Jefferson a oportunidade de ser convocado para a seleção brasileira principal. Seu primeiro chamado foi em agosto de 2010, mas só teve chance de atuar pela primeira vez em setembro do ano seguinte, nos dois jogos do Super Clássico contra a Argentina – conquistado pelo Brasil (0 a 0 na Argentina e 2 x 0 no Brasil).

Desde então foram apenas outras três partidas em campo, sofrendo dois gols. Essa boa média (0,4 por jogo) pode ser decisiva para que Menezes opte pelo goleiro de General Severiano com a camisa 1 brasileira.

Paulo atuou na vitória sobre Atlético-GO
Paulo Victor

O goleiro flamenguista também é de São Paulo, da cidade de Assis, e chegou a Gávea em 2004, com 17 anos. Em 2006, fez sua estréia pelo time principal em um amistoso contra o Volta Redonda, sendo efetivado no grupo profissional no ano seguinte.

Em 2008, Paulo Victor foi emprestado para o América – RJ, onde disputou o Campeonato Carioca. Em 2010 sua luta pela camisa 1 do Flamengo ficou menos complicada com as saídas de Diego e Bruno – envolvido na morte de Eliza Samudio. Com isso, o jogador de 25 anos tornou-se reserva imediato de Felipe no gol rubro-negro.

Na atual temporada, o arqueiro assumiu a vaga de Felipe e ja participou de 26 partidas, sofrendo15 gols. Ele esteve em campo no último jogo do clube, na vitória por 3 a 2 sobre Atlético-GO. Apenas como opção no elenco carioca, ele conquistou o Brasileirão de 2009 e os campeonatos cariocas 2007, 2009 e 2011.


Defesa de Jefferson no penalti cobrado por Adriano na decisão do carioca de 2010:


 Algumas boas defesas de Paulo Victor com a camisa do Flamengo:


Guilherme Uchoa

Fotos: Tiago Bernardes/ UOL e Alexandre Vidal/ FlaImagem
Vídeos: Youtube - dougnapist4 e aninha00mix