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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Presidente do Fla usa Imperador para ganhar eleições

A lista de gols e títulos de Adriano ao longo de sua carreira é extensa. Porém, em proporção muito maior estão suas confusões e desentendimentos pelos clubes onde passou. 

Adriano não foi mandado embora por receio de Patrícia
Mais extenso ainda que os dois quesitos anteriores estão suas linhas e mais linhas de falatório em apresentações nos  novos clubes que chegou, nos quais, via de regra, os discursos ficam em um tom de "esta é a minha última chance de provar que ainda posso jogar futebol de alto nível". Foi assim na Roma, no Corinthians, e mais recentemente em seu segundo retorno ao Flamengo. 

Bonito nas palavras, nem tanto nas atitudes. Pouco menos de dois meses de sua volta a Cidade Maravilhosa, Adriano já faltou sem justificativa plausível em pelo menos duas oportunidades. Segundo o site Globoesporte.com, em sua nova ausência no último final de semana, o jogador mandou diversas mensagens disconexas para o celular do dirigente Zinho, pedindo que ele o encobrisse neste novo vacilo.

Em sua conta do Twitter, Adriano disse que não foi ao treino de sábado por estar em dúvida se continuava ou não com sua carreira. 

A principal dúvida é: porque a diretoria rubronegra não rescindiu sua contrato se, à sua chegada, deixou claro que não iria tolerar deslizes do atacante como fez em seus clubes anteriores?

A resposta pode estar no dia 7 de outubro. Sim, dia de eleições municipais. O país inteiro escolherá seus novos (ou velhos) prefeitos e vereadores. Entre todos os elegíveis, Patrícia Amorim, presidenta do Flamengo tenta conquistar pela quarta vez uma vaga na Câmara de vereadores do Rio. 

O Imperador perdeu os treinos do final de semana na Gávea
Adriano oficialmente não está apoiando a dirigente carioca em sua empreitada como Vagner Love, por exemplo. A artilheiro do amor demonstrou apoio público a Patrícia em videos que circulam pela internet.

O Imperador não chegou a tanto, mas a verdade é que caso fosse mandado embora do clube, por seus atos de indisciplina constantes e sem nem ao menos ter a oportunidade de voltar a balançar as redes pelo Flamengo, a nação rubronegra, sabe-se lá porque ainda tão confiante em Adriano, ficaria enfurecida.

O resultado catastrófico nas urnas em função dessa possível afronta a massa flamenguista certamente passou pela mente de Patricia Amorim enquanto colocava na balança os prós e contras de uma possível demissão do artilheiro.

A dirigente também teve seu nome envolvido em polêmicas políticas no mês passado. Segundo levantamento feito pela Espn.com.br, Patrícia Amorim nomeou 25 pessoas ligadas ao clube e da sua própria família em seu gabinete na Câmara. 

No "primeiro turno" Adriano ganhou sobrevida no Flamengo. Se ele será "eleito" definitivamente ao final desse processo eleitoral, vai depender dos resultados das urnas no próximo domingo. O único detalhe é que não é ele quem está concorrendo. É Patrícia.

Confira o vídeo de Vagner Love em apoio à Patrícia Amorim:



Guilherme Uchoa e Richard Durante Jr.

Fotos: Vipcomm
Vídeo: Canal EquipePatríciaAmorim - Youtube


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Neymar é protegido?

Tema recorrente no futebol brasileiro: Neymar. O astro do moicano está envolvido em diversos assuntos que, por muitas vezes, nem sequer está relacionado ao futebol espetacular que apresenta em campo.

Neymar sofreu faltas duras, irritou-se e foi expulso do jogo
Um desses assuntos mais explorados é a proteção ou não proteção que o atacante santista receberia dos homens do apito no Campeonato Brasileiro. Os mais exaltados clamam que Neymar Jr. cava muitas faltas e tenta ludibriar a arbitragem com saltos espetaculares e quedas feias para contatos não tão violentos.

Outros afirmam que o artilheiro alvinegro apanha muito e seus agressores não são punidos com o rigor necessário.

A opinião do leitor

E você, leitor do Blog Faculdade da Bola? Acredita que Neymar é cai-cai, exagera nas faltas e é protegido pela arbitragem, ou ele realmente é caçado com violência e os lances não são punidos como deveriam? Deixe seu voto na enquete disposta nas próximas duas semanas no Faculdade da Bola.

Longo debate

A verdade é que a interminável discussão ganhou um novo capítulo em sua última partida pelo Santos, no domingo (30), contra o Grêmio, no Olímpico. Neymar - sempre muito vaiado pela torcida rival - foi expulso pelo arbitro Nielson Nogueira Dias aos sete minutos, depois de dividida com Pará, lateral gremista.

O atacante da seleção brasileira já havia sido punido com cartão amarelo depois de reclamar das faltas sofridas em um lance que arrancou do meio de campo, sofreu diversas pancadas, até finalmente ser derrubado próximo a área gremista. Nielson Nogueira mandou seguir, dando vantagem aos santistas, mas não puniu nenhum oponente.

Dois minutos depois de ser advertido, Neymar levou vermelho na jogada com Pará, interpretado pelo juiz como agressão do santista. Antes o garoto ainda tinha sido responsável pelo cartão recebido por Zé Roberto no primeiro tempo, em violento carrinho por trás.  

Neymar (11) levou vermelho direto após dividida com Pará
O comandante santista Muricy Ramalho disparou contra a arbitragem após a partida, alegando que Nielson Nogueira tentou ganhar destaque punindo seu atacante. "No primeiro cartão ele foi falar com o juiz, não chingou. Já está chato, [o arbitro] chama o moleque de lado para dar cartão. Está chato isso de o juiz querer aparecer em cima do Neymar. Ele exagerou, nos prejudicou", disse Muricy, que ainda inocentou Neymar no lance.

"Acho que ele [Nielson Nogueira Dias] se empolga com o barulho [da torcida]. Neymar toma porrada o tempo todo e não fazem nada. Ele só caiu por cima do Pará, não fez nada. Falam que ele é cai-cai, mas ele não faz isso e continua levando porrada", concluiu.

O atleta santista aprendeu a apanhar quieto na maioria dos lances, talvez já acostumado em ser o jogador mais caçado em campo, mas em algumas oportunidades perde a paciência e passa a reclamar com mais agressividade, sendo em muitas oportunidades punido. Sua última expulsão na carreira, inclusive, havia partido deste princípio.

No ano passado, durante derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, Neymar reclamou de uma falta recebida e levou o amarelo. Não satisfeito, aplaudio ironicamente a marcação do arbitro e acabou expulso.

Não bastasse isso, a joia ainda começou a passar por situação inédita em sua carreira: ser vaiado em jogos da seleção brasileira. Durante os Jogos Olímpicos de Londres, foi vaiado pela torcida local quase todas as vezes em que tocava na bola.

A cena se repetiu em solos brasileiros, no Morumbi, durante amistoso contra a África do Sul. A atitude chegou a despertar atenção até de jogadores estrangeiros, caso do zagueiro argentino Sebá Domingos (com passagem pelo Corinthians), que, após a primeira partida entre as duas seleções pelo Super Clássico das Américas, disse que Neymar deveria ser melhor tratado pela torcida brasileira, por ser nossa maior esperança para a Copa de 2014.

A única certeza é que quem perde com as ausências de Neymar no Brasileirão - seja por suspensão ou por estar servindo o Brasil em amistosos pouco produtivos - não é unicamente o torcedor santista, e sim o torcedor brasileiro. Em pouco tempo, só poderemos ver essa estrela brilhar através da Tv a cabo, em campos distantes da Europa. Só então vamos perceber a falta que faz em nosso futebol. 

Guilherme Uchoa


Fotos: Futura Press e Ricardo Rímoli

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Arbitragem brasileira vira moda nos Estados Unidos

O jogo acabou e o assunto mais comentado pelas redes de televisão, torcedores, jogadores e dirigentes foi o grave erro cometido pela arbitragem durante a partida.

Não, não estamos falando do campeonato brasileiro e o seu já conhecido fraco nível de arbitragem. Estamos falando da liga esportiva mais rentável e rica do mundo, a NFL, o futebol americano.

Jennings agarra a bola que garantiria a vitória do Packers
Responsável por cifras milionárias e por audiência de milhões de telespectadores no Super Bowl, sua final do campeonato, a National Football League (Liga Nacional de Futebol) dos Estados Unidos passou por uma grave crise na arbitragem.

As ‘zebras’ – como são chamados os juízes  pelo uniforme listrado em branco e preto – estavam em greve, não aceitando os termos da renovação trabalhista da NFL. 

A situação é similar ao que ocorreu na NBA, a liga norte americana de basquete, na temporada passada, quando o locaute dos jogadores atrasou o início da temporada.

Para que o já apertado calendário do futebol da bola oval não sofresse maiores prejuízos, os dirigentes da liga optaram por usar ‘árbitros reservas’ nas primeiras rodadas do campeonato. Ou seja, zebras que atuam em jogos do futebol universitário foram escaladas – e tiveram que escalar diversos níveis – para atuar nos jogos da elite do esporte.

O choque deve ter sido grande para esses homens, pois os erros foram se acumulando partida a partida. 

A gota d’água veio na última segunda-feira (24), durante o Monday Night Futebol - horário nobre da televisão estadunidense geralmente reservado para uma das principais partidas da rodada.

Em campo estavam Seattle Seahawks e Green Bay Packers, sendo que os Packers liderava a partida por 12 a 7 com menos de 10 segundos para o encerramento. O quartebacker Russell Wilson, de Seattle, lançou a bola para a endzone com oito segundos no relógio, em uma última tentativa de marcar o touchdown da virada. Em meio ao bolo de jogadores de ambas as equipes que subiram para agarrar a bola oval, MD Jennings, de Green Bay,  agarrou-a , impedindo os pontos.

Entretanto, Golden Tate, wide receiver do Seahawks, que já tinha cometido falta ao empurrar um adversário antes de pular, tocou na bola, e a arbitragem validou o touchdown. 

A situação só piorou quando, mesmo revisando durante 10 minutos o vídeo do lance, os árbitros mantiveram a marcação inicial, dando a vitória para o Settle Seahawks por 14 a 12. A decisão deixou o técnico derrotado, Mike McCarthy, transtornado. "Não me façam uma pergunta sequer sobre os árbitros. Nunca vi nada parecido em toda a minha carreira", vociferou após a partida.

Árbitros 'reservas' não agradaram no início da temporada
Em tempos de continua discussão sobre a implementação de tecnologia no nosso futebol, a falha em solos americanos comprova que, mesmo com as mais avançadas tecnologias e a possibilidade de rever lances, ainda é preciso ter gente capacitada para comandar os jogos.

Greg Jennings, também do Green Bay, fez coro ao seu comandante. "Se você colocar o Golden Tate em um detector de mentiras e perguntar se foi ele ou o MD que pegou a bola, ele vai dizer que foi o MD. Foi muito claro", disse.

Não bastasse a incrível derrota sofrida, os jogadores do Packers, que já estavam rumando para os vestiários após a controversa decisão, ainda passaram pelo constrangimento de  recolocar os capacetes e voltar a campo para cumprir a formalidade do "extra point", o chute entre as traves que confere mais um ponto ao time que marcou um TD.

Acerto com os árbitros principais

Quem gostou - e muito - da série de confusões vistas nas três primeiras rodadas da NFL, foram os árbitros 'titulares'. Após a enorme repercussão negativa envolvendo o grave erro de segunda, a liga aceitou as reivindicações do quadro principal de arbitragem e selou a renovação por oito anos.

Com o novo acordo a arbitragem passa a receber mais de 14 mil dólares por mês. Nada mal, apesar dos vencimentos de 2011 não estarem tão ruins – aproximadamente 12 mil dólares/ mês. 

A 'zebras' principais já estiveram em campo na quinta-feira (27) para comandar a partida entre Cleveland Browns e Baltimore Ravens, vencida pelos Ravens por 23 a 16.

Pelo menos, ao final da história, a Liga atendeu ao apelo de Everaldo Marques, narrador dos canais ESPN e ESPN Brasil, que encerrou a transmissão do fatídico jogo de segunda-feira com o apelo. "Paguem as zebras, pelo amor de Deus!".

Confira o lance polêmico do jogo entre Packers e Seahakws:



Guilherme Uchoa
Fotos: Getty images e AP

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A furada em que se meteu Hulk


Imagine você sair de um clube onde possui reconhecimento, carinho da torcida e histórico de títulos, para aportar em um novo time com menos prestígio internacional, conhecido mais pelos graves casos de discriminação por parte de sua torcida, em que os companheiros não te vêem com bons olhos e, por fim, onde até mesmo o presidente do país critica sua contratação.

Hulk foi comprado pelo Zenit St. por R$ 143 milhões
Pois é, o atacante da seleção brasileira Hulk mal chegou ao seu novo clube, o Zenit de São Petersburgo, na Rússia, e já sofre com chumbo cruzado vindo de todas as direções.

Comprado pelo clube russo junto ao Porto por 55 milhões de euros (aproximadamente R$ 143 milhões), o atacante sofreu críticas do meia russo Igor Denisov, que disse que "Hulk não é Messi e nem Iniesta. Compreenderia se tivéssemos contratando um desses dois, já que provavelmente não tem preço". 

As críticas de Denisov, também destinadas ao meia belga Witsel - que veio do Benfica -, dizem respeito ao salário que a dupla receberá do clube, muito acima dos vencimentos que seus companheiros possuem. A imprensa russa estimou que o brasileiro receberá algo em torno de R$ 17 milhões por ano. Pela dupla, o time russo desembolsou 100 milhões de euros.

Igor Denisov criticou salário de Hulk
Denisov recusou-se a jogar até receber aumento salarial e acabou afastado do elenco principal do Zenit, passando para as equipes menores. Informações do diário Sovietskii Sport dão conta de que o russo não aceitou pedir desculpas ao brasileiro, mesmo depois de solicitação de retratação dos dirigentes do clube. 

Talvez por herança de tempos socialistas, os russos não estão acostumados com grandes discrepâncias salariais em um mesmo ambiente.

Não bastasse Denisov, o presidente da Rússia Vladimir Putin, natural de São Petersburgo, afirmou não estar de acordo com os altos valores gastos por clubes através de seus patrocinadores para contratações. Questionado se o dinheiro investido nos jogadores não seria melhor aproveitado em atividades culturais, Putin disse que condena os diretores das grandes empresas patrocinadoras, ressaltando que são elas que despendem esses valores considerados exorbitantes.  

Como reflexo das afirmações polêmicas, o diário russo Izvestia noticiou na terça-feira (25) que os jogadores do Zenit estariam boicotando Hulk. Após o afastamento de Denisov, o atacante brasileiro teria tentado amenizar o ambiente no clube conversando com todo o grupo. Entretanto, a partir de então, seus colegas recusaram-se a conversar com ele.

O conhecido empresário Alexei Safronov, defendeu o atacante. "Qual é a culpa dele? Ele entra em campo e faz o seu trabalho. Hulk venceu pelo Porto e joga na seleção brasileira. Não foi encontrado em uma lixeira", disse Safronov a um portal de notícias.  

Não bastasse isso, outro problema que Hulk ainda não passou, mas poderá passar, é a discriminação por parte da torcida do Zenit. Os "Ultras", como são conhecidos os cinco mil torcedores radicais do clube, não aceitam negros em seu time, fazendo com que a diretoria não busque atletas africanos ou sul americanos.
Hulk terá de provar seu valor na Rússia

Mais do que isso, o grupo é responsável por gritos e manifestações raciais durante os jogos. Para citar apenas os brasileiros que já sofreram esse tipo de atitude no estádio Petrovsky, o lateral esquerdo Roberto Carlos abandonou uma partida entre Zenit e seu Anzhi em fevereiro de 2011, depois de ter uma banana atirada em sua direção. No mesmo jogo esses torcedores imitaram sons e gestos de macaco quando algum negro tocava na bola.

O atacante Vágner Love, do Flamengo, disse que por duas ou três vezes sofreu com racismo quando ainda jogava pelo CSKA em partidas contra o Zenit. "É sem dúvida, o time mais racista da Rússia", disse.

Na terça-feira Hulk fez um dos gols de seu time na apertada vitória por 2 a 1 sobre o Baltika, ajudando o time de São Petersburgo a avançar de fase na Copa da Rússia, e foi cumprimentado, mesmo que modestamente, por vários companheiros em campo.

O futebol costuma superar barreiras culturais e aproximar pessoas de locais distintos. Para Hulk, mais do que nunca, seus gols deverão ser usados para aquietar os ânimos da ignorante torcida russa e calar os próprios companheiros de clube, convencendo-os de que o investimento feito pelo Zenit é válido.



Confira o gol marcado por Hulk contra o Baltika e a reação de seus companheiros:


Guilherme Uchoa 
Fotos: Divulgação Zenit

sábado, 1 de setembro de 2012

Esporte Clube Sírio resgata ídolos do basquete brasileiro

Cena recorrente: Sucar dando autografo para jovem
A cena repetiu-se diversas vezes durante o sábado (25) no ginásio do tradicional Esporte Clube Sírio, em São Paulo. Os meninos Renan e Daud, ostentando camisas do clube com os números 5 e 48, respectivamente, além de seus nomes bordados, circulavam entre os gigantes ex-jogadores de basquete do clube colhendo autógrafos para o exemplar do livro ‘Kanela, um eterno campeão’  que carregavam.

A oportunidade era única: diversas lendas da seleção brasileira, e que também escreveram história no Sírio, estiveram presentes à quadra para a reinauguração da Galeria dos Imortais – homenagem prestada aos 11 atletas que mais vestiram a camisa do clube – além do espaço destinado aos campeões mundiais interclubes, conquistado em 1979.

Auxiliados por parentes, os meninos identificavam os gigantes em meio ao publico presente, composto por ex-atletas, familiares e sócios, para conseguir os registros no livro que conta a trajetória de Togo Renan Soares, vulgo Kanela, comandante da seleção nacional durante seu período mais vitorioso.

A homenagem conferida fez com que estivessem reunidos alguns representantes da seleção brasileira que, sob comando de Kanela, conquistou dois mundiais (1959, no Chile, e 1963, no Rio de Janeiro) e duas medalhas de bronze em Jogos Olímpicos (1960, em Roma, e 1964, em Tóquio).

Com o nome na Galeria, Menon fala ao Faculdade da Bola 
Entre os representantes ‘sírios’ que faziam parte da geração mais vitoriosa do basquete nacional, estavam Amaury Pasos (presente em todas essas quatro maiores conquistas), Mosquito e Antônio Sucar (campeões mundiais de 1963 e medalhistas de bronze de 60 e 64), Victor Mirchauswka (mundial de 63 e Olimpíadas de 64), e Luiz Cláudio Menon (campeão mundial em 63, mas que não esteve em Tóquio no ano seguinte por decidir dedicar-se aos estudos universitários). Desses, Amaury e Victor não estiveram presentes à celebração.

O pivô   Luis Cláudio Menon, campeão mundial em 1963, ressaltou a importância e satisfação pela homenagem recebida. “É um dia especial em minha vida. A galeria dos imortais já existia, de uma maneira mais simplória. Era simplesmente uma camisa com o nome do atleta e seus títulos, mas hoje a diretoria refez essa galeria, tornando-a maravilhosa. Foi uma homenagem maravilhosa, que esta registrada através de algumas fotos que jamais nos esqueceremos”, disse Menon. “É uma enorme satisfação sermos homenageados em um país que não tem memória. O Sírio está contrariando essa máxima”, destacou o pivô, que defendeu o clube durante toda sua carreira, entre 1963 e 1974.

Observado por Menon, Renan (5) colhe mais autografos
Do grupo dos campeões mundiais pela agremiação, em 1979, Oscar e Marcel faziam parte da seleção brasuca vencedora do memorável pan-americano de Indianápolis, em 1987, contra os Estados Unidos, donos da casa. A dupla teve seus nomes gravados na placa ao lado do placar eletrônico da quadra, juntamente dos outros integrantes do time, técnico e dirigentes.

Atualmente o Esporte Clube Sírio não possui mais equipes profissionais de basquete, mas ainda conta com categorias menores, mantendo o incentivo à prática da modalidade no país, o que pode ser comprovado pela grande quantidade de crianças e adolescentes praticantes do esporte no evento.

Dentre estes jovens, Renan e Daud já contavam com o livro repleto de rabiscos ilegíveis ao final das celebrações. Para eles, assim como para quase todos, pode ser difícil identificar os autores de cada um dos garranchos. Entretanto, não é nada que interfera na verdadeira aula de basquete e história que todos os presentes tiveram naquela agradável manhã de sábado.

A Galeria dos Imortais e dos campeões mundiais podem ser vistas ao lado do placar eletrônico 

Guilherme Uchoa


Fotos: Guilherme Uchoa

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Zanetti é eleito principal destaque brasileiro em Londres

O ginasta Arthur Zanetti exibe orgulhoso a medalha de ouro
Sejamos francos. Quantos brasileiros conheciam Arthur Zanetti antes de vê-lo pela televisão ostentando o inédito ouro brazuca nas argolas - nossa segunda medalha dourada em Londres? O pequeno brasileiro, de 1,56 metros, poderia perfeitamente andar despercebido pelas ruas das grandes capitais nacionais antes de ganhar notoriedade por seus movimentos pendurado sobre as argolas londrinas, aparentemente suaves, mas que exigem força e preparo físico exemplar.

O reconhecimento foi imediato. Entrevista atrás de entrevista para todos os principais meios de comunicação que marcaram presença nos Jogos Olímpicos, e em pouquíssimo tempo as imagens do sorriso do jovem de 22 anos, natural de São Caetano do Sul, em São Paulo, assim como suas mãos calejadas, rodariam o Brasil e o mundo esportivo.

Os 15,900 cravados por Zanetti, e contestado pelo técnico 'fala muito' do chinês Yibing Chen, favorito da prova, surtiram reflexos para o torcedor leitor do Blog Faculdade da Bola. Após duas semanas de votação no site, os leitores elegeram Arthur Zanetti como o brasileiro de maior destaque durante as Olimpíadas de Londres, com 37% dos votos.


Votação 

A disputa de Zanetti foi acirrada com Sarah Menezes, a judoca que conquistou nossa primeira medalha de ouro em Londres. Justiça seja feita: Arthur liderou a votação do começo ao fim, mas sempre seguido de perto pela judoca piauiense.

Sarah ganhou a primeira medalha de ouro do judô feminino 
No final, o ginasta ficou com  37% do total, contra 31% das escolhas para Sarah . A supremacia da dupla foi tão grande que os outros oito atletas que receberam votos somados também computaram 31%, mesma quantidade que Sarah Menezes.


Desta fatia o pugilista Esquiva Falcão ficou com a terceira colocação. O detentor da inédita medalha de prata do boxe brasileiro ficou com 8% das escolhas.




Guilherme Uchoa

Fotos: Marcos Ribolli e Rodrigo Faber

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Balanço da primeira metade do Brasileirão

Após dezoito rodadas e restando apenas uma para terminar o primeiro turno do Campeonato Brasileiro e atingir assim 50% da competição, podemos destacar os principais jogadores, a revelação, a briga pelo descenso e as chances de título.

O uruguaio Fórlan ainda não marcou gols com a camisa colorada


A decepção fica por conta do Internacional. Mais uma vez o clube gaúcho começou a competição apontado como um dos favoritos e mesmo com contratações de peso com Fórlan, Juan e recentemente Rafael Moura parece que a vaga na Libertadores já estará de bom tamanho para o Colorado.


A surpresa se chama Portuguesa. O time da capital paulista era apontado por quase todos como já rebaixado antes do Brasileirão ter início devido ao péssimo desempenho no estadual, em que foi parar na segundona. Mas a medida que as rodadas foram passando, a Lusa foi conquistando pontos importantes e atualmente ocupa a zona intermediária da tabela. Ainda não está livre da série b, mas se mantiver este nível de aproveitamento não cai.


O jovem Bernard foi preterido das Olimpíadas por Mano Menezes


A revelação do campeonato neste primeiro turno atende pelo nome de Bernard, do Atlético Mineiro. O garoto é muito habilidoso, parte pra cima dos adversários e é peça fundamental no time de Cuca. Claro que Ronaldinho Gaúcho, Jô e o goleiro Victor dão um toque de experiência ao grupo e passam confiança aos mais novos.


Luís Fabiano é a maior decepção entre os jogadores com potencial nesta primeira metade de campeonato. O atacante do São Paulo fez apresentações medianas e passou boa parte no departamento médico. Talvez isso explique um pouco da campanha irregular do time do Morumbi.

O técnico Cuca é sem dúvidas o melhor do primeiro turno. O comandante do Galo levou o time ao título simbólico de campeão do turno com duas rodas de antecedência (o Atlético tem um jogo a menos) e conseguiu fazer Ronaldinho Gaúcho e Jô voltarem a se destacar e dar um padrão de qualidade ao time. O clube mineiro tem apenas uma derrota, para o São Paulo, e é sério candidato ao título após 41 anos de jejum.



Barcos ganhou a confiança de Felipão e da torcida com o seu faro de gol


E para terminar esse balanço, como o Campeonato Brasileiro está recheado de jogadores estrangeiros, o melhor gringo atuando em nossos gramados foi o atacante palmeirense Hernán Barcos. O argentino conseguiu salvar o alviverde em muitos jogos e seu faro de gol está sempre apurado. O Verdão está em uma zona perigosa na classificação, mas sem Barcos com toda certeza a situação seria muito pior.


Richard Durante Jr

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ministério dos Esportes quer mais do COB em 2016

O Brasil encerrou sua participação nos Jogos Olímpicos de Londres com o recorde de medalhas em uma única edição: 17. Apesar disso, mais uma vez figuramos em posição modesta no quadro geral de medalhas, permanecendo com a singela 22ª colocação, atrás de países com pouca tradição esportiva, como Cazaquistão, Irã e Coréia do Norte.

Rebelo quer Brasil entre os 10 melhores no Rio-2016
Além disso, algumas medalhas tidas como certas, mas que ficaram pelo caminho, deixaram os brasileiros com a sensação de que “poderiamos ter ido mais longe”. Até mesmo entre os políticos existe esse sentimento. Mesmo com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) 'voando baixo' com a previsão de 15 medalhas em Londres, o governo federal esperava mais, apostando em 20.

Com isso, aumenta a pressão sobre o comitê para que em 2016, em solos cariocas, os resultados sejam melhores e mais dignos de um anfitrião. Por enquanto não se falam em números para as Olimpíadas do Rio, mas o ministro dos esportes Aldo Rebelo fala em ficar, ao menos, entre os dez primeiros no total de medalhas. Para isso teriamos de ganhar ao menos 11 medalhas a mais do que conseguimos este ano, usando os Jogos recém-terminados como parâmetro.

Na Inglaterra, Coréia do Sul e Itália ficaram na nona e décima posição, respectivamente, com 28 medalhas cada. O Brasil, por sua vez, ficou na 16ª colocação na soma de medalhas, empatado com Hungria e Espanha em 17, mas perdendo nos números de medalhas de ouro e prata.

Para conseguir escalar esses seis degraus olímpicos, o investimento nos esportes de alto rendimento, em especial aqueles que conferem muitas medalhas, como boxe, natação e atletismo, deve aumentar. A expectativa fica para o anúncio da presidente Dilma Rousseff sobre o incremento de investimento nos esportes, que no último ciclo olímpico foi de cerca de R$ 1,7 bilhões.

O boxe, de Yamaguchi, deu três medalhas para o Brasil
O destino do dinheiro também deve mudar. Em Londres, os esportes coletivos ficaram devendo, enquanto que modalidades individuais em que poucos apostavam (caso do boxe e pentatlo moderno) renderam conquistas. Essas gratas surpresas é que foram responsáveis por fazer o país conseguir ultrapassar seu recorde de medalhas em uma única edição da competição.

Caso o investimento aumente e o país aproxime-se das metas que o ministério dos esportes planeja, será possível manter a sensível melhora existente dos últimos ciclos olímpicos que passamos sob governo petista, em relação as  olimpíadas do governo PSDB.

Com Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, na presidência, o Brasil ficou com a 25ª colocação geral em Atlanta-1996 (15 medalhas, sendo três de ouro) e 52ª em Sydney-2000 (12 medalhas, nenhuma de ouro).

A partir dos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, já com Luiz Inácio Lula da Silva - do PT - a frente da nação, subimos nas tabelas de classificação.  Na Grécia, o Brasil ficou com a 16ª colocação geral – nossa melhor marca desde a 15ª posição nos distantes jogos de 1920, na Antuérpia – com cinco conquistas de ouro - também a melhor marca do país nesse quesito.

Quatro anos depois, em Pequim, 23ª colocação com três ouros, uma posição abaixo da 22ª de Londres, também com três medalhas de ouro, sob comando de Dilma Rousseff, sucessora de Lula no governo petista.

A escalada é contínua, mas lenta. Portanto, para não fazer papel feio em sua própria casa, os resultados na cidade maravilhosa tem que ser proporcionais ao salto que o ministério quer dar na tabela.

Guilherme Uchoa

Fotos: Alastair Grant/ AP e Reuters

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Chamam de Grã-Bretanha, mas poderia ser só Inglaterra

Dúvida recorrente em tempos de disputa de Jogos Olímpicos: Grã-Bretanha é diferente de Reino Unido?

Sim. O primeiro trata-se da maior ilha britânica, que engloba Inglaterra, Escócia e País de Gales. Os três atuam juntos durante Olimpíadas como se fosse apenas um país. O Reino Unido, por sua vez, é composto pelas três nações da ilha britânica, além de Irlanda do Norte. Ela é quem participa de organizações intergovernamentais, como União Européia e ONU.


Ao término dos Jogos Olímpicos de Londres, a Grã-Bretanha, sede da competição, alcançou a terceira colocação geral no quadro de medalhas. Após os 19 dias de disputas, conquistaram 65 medalhas, sendo 29 de ouro, 17 de prata e 19 de bronze.

A posição obtida (ficou atrás apenas das potências Estados Unidos e China) foi a melhor conseguida por britânicos desde 1908, quando os Jogos foram disputados na mesma Londres. 

Para muitos, o fato de três nações competirem juntas pode parecer injusto, entretanto, uma análise as medalhas conquistadas pela Grã-Bretanha revela que se apenas atletas da Inglaterra estivessem envolvidos com a disputa, os resultados não seriam muito diferentes.

Das 65 conquistas que os britânicos penduraram em seus pescoços, 42 medalhas vieram de modalidades individuais. Destas, 33 são de esportistas nascidos em solos ingleses. Em outras palavras, 78,5% das medalhas de modalidades individuais vieram de ingleses.

Mo Farah é inglês e ganhou duas medalhas de ouro para a Grã-Bretanha
Entre as medalhas de ouro, a porcentagem é ainda maior. Das 29 medalhas de ouro, 19 foram conquistados em esportes solitários, sendo 16 vencidas por mãos inglesas. Portanto, 84,2% dos ouros individuais vieram da Inglaterra.

Considerando as medalhas de prata, foram nove de esportes individuais, vindo sete da Inglaterra, uma da Escócia e outra do País de Gales.

Por fim, no lugar mais baixo do pódio estiveram 14 atletas de modalidades como boxe, atletismo, ciclismo e judo. Desse grupo, 10 medalhas foram recebidas por nascidos na Inglaterra e apenas uma por um irnlândes. As três medalhas restantes são mais curiosas: o ciclista Chris Froome é queniano de nascimento, mas naturalizou-se britânico e passou a competir pelo Reino Unido. A alemã Laura Bechtolsheimer, da Alemanha, também passou a competir pela Grã-Bretanha, sem defender especificadamente um dos três componentes.Por fim, a sul-africana Elizabeth Tweddle levou bronze na ginástica artística também defendendo as cores britânicas.

Além das medalhas já citadas, existem também as conquistas obtidas em modalidades coletivas, que possuem entre seus convocados atletas ingleses, escoceses e galeses. Como esses esportes conferem apenas uma medalha para a classificação geral, não podemos classificá-la como pertencente ao 'grupo Inglaterra' das conquistas.

Mesmo assim, com as 33 medalhas unicamente inglesas, o país teria vitórias suficiente para figurar na quarta posição do quadro olímpico, atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia. No total, Inglaterra teria 16 medalhas de ouro, sete de prata e 10 de bronze.


Guilherme Uchoa

Fotos: Reprodução Globoesporte.com e Reuters

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Brasil tenta bater recorde de medalhas em Londres

Depois da 100ª medalha da história olímpica brasileira conquistada pela pugilista Adriana Araújo, o país encontra-se próximo de atingir o maior número de medalhas entre todas as suas participações dos Jogos Olímpicos. A possibilidade de superar as 15 medalhas conquistadas em Atlanta - 1996 e Pequim – 2008 passa pelas mãos dos jogadores do vôlei masculino.

Esquiva pode colocar mais um ouro no pescoço do Brasil
Com um pouco de sorte, quem sabe, o Brasil não supera também sua maior marca em medalhas de ouro. Com as finais do futebol masculino e vôlei feminino, e com os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão ainda no páreo nos ringues, o país poderá alcançar até seis medalhas mais valiosas. Esse número seria suficiente para ultrapassar as cinco vezes que um brasileiro subiu ao lugar mais alto do pódio em Atenas – 2004.

Ao final do 13º dia de competições o Brasil figurava na 26ª colocação no quadro geral de medalhas, tendo pendurado em seu pescoço 11 medalhas (duas de ouro, duas de prata e sete de bronze). Com mais quatro medalhas já garantidas no futebol masculino, boxe e vôlei feminino, ao menos igualaremos as campanhas de 96 e 2008.

O futebol masculino, liderados por Neymar, Oscar e Leandro Damião, encara o México no sábado (11), às 11 horas, para tentar o inédito ouro. Os irmãos Falcão entram no ringue na sexta (10) valendo vagas na decisão. Como o boxe não possui combates pela terceira colocação, mesmo em caso de derrota a dupla ganhará medalhas. Já as meninas do vôlei vão para a quadra também no sábado, às 14h30, contra os Estados Unidos.

Vôlei  encara Itália por uma vaga na final
A medalha de desempate pode ser conquistada pelos comandados de Bernadinho. Caso vença a partida semi-final contra Itália, que será disputada amanhã (10), os meninos do vôlei terão garantido pelo menos uma medalha de prata na final de domingo (12), o que seria a 16ª em Londres.

Além dessas modalidades, o brasileiro ainda pode alimentar esperanças na vela, com a dupla Fernanda Oliveira e Ana Barbachan tentando o bronze, no revezamento 4 x 100 masculino e feminino e nos três representantes brasucas na tradicional maratona, no domingo, último dia de competições.

Claro que superar nossa melhor marca em medalhas de ouro ou no quadro geral não será fruto de incentivos esportivos por parte de nosso Governo. Pelo contrário,  passamos por dificuldades em praticamente todas as modalidades e suas respectivas confederações demonstram amadorismo desesperador.

Há quatro anos de sediar os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, os próprios atletas que atingiram lugares no pódio fazem questão de ressaltar e criticar a falta de incentivo. Arthur Zanetti, primeiro colocado nas argolas – conquista inédita para um brasileiro na ginástica em Olimpíadas – fez questão de alertar com relação à falta de apoio sofrida pela modalidade e mostrou o desejo de que sua vitória resulte em mais investimentos à ginástica.

A boxeadora Adriana Araújo, responsável pela primeira medalha do boxe brasileiro em 44 anos, foi além: desferiu duros golpes – quase jabs e diretos que costuma fazer em combate – contra o presidente da CBBoxe, Mauro José da Silva. “Ele menospreza muito o boxe. Não só o masculino, como o feminino. Fui muitas vezes humilhada por ele. Disse que eu não tinha condições de me classificar (para os Jogos). Para calar a boca dele, me classifiquei e fui medalha de bronze”, disse após a luta com a russa Sofya Ochigava.

Apenas a titulo de comparação, Estados Unidos e China, países que possuem sistemas invejáveis de incentivo e desenvolvimento esportivo, brigam medalha a medalha pela primeira posição do ranking Olímpico. Ao término do 13º dia de competições, Estados Unidos lideravam o ranking com 39 medalhas de ouro e 90 no total. Seguindo de perto, os chineses encerraram o dia com 37 de ouro e 80 na soma.

Concluindo, é muito provável que, mais uma vez, as duas nações superam apenas nesta edição a quantidade de medalhas que nos brasileiros temos em toda nossa história. Vergonhoso para um país do tamanho do Brasil e com o potencial e riquezas que possui.


Guilherme Uchoa

Imagens: AFP, Reuters e reprodução Globoesporte.com

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Basquete brasileiro está pronto para Londres

Huertas em ação contra a Argentina durante o Super Four
Apesar das sérias deficiências e dificuldades financeiras apresentadas pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e reveladas pela edição de junho da revista ESPN, em quadra a seleção nacional passa por seu melhor momento das últimas décadas.

Comandados pelo argentino Rubén Magnano, campeão olímpico com sua nação em 2004, o Brasil finalmente está preparado para a disputa dos Jogos Olímpicos de Londres, com abertura oficial marcada pra sexta-feira (27). Foram 16 anos, ou três edições, longe do maior evento esportivo do mundo, antes da conquista da vaga na Copa América de Mar del Plata, no ano passado.

Depois de diversas tentativas, que não foram atendidas nem mesmo durante o pré-olímpico das Américas, o país conseguiu juntar em uma mesma convocação aqueles que são tidos como a nata do basquete verde e amarelo. Nenê, do Washington Wizards, que desde 2010 não atendia aos chamados por diversos motivos pessoais e profissionais, e Leandrinho, do Indiana Pacers, que também esteve ausente do torneio classificatório do ano passado, juntaram-se as outras duas estrelas da NBA Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers) e Tiago Splitter (San Antonio Spurs), além de Marcelinho Huertas (Barcelona - ESP), Marcelinho Machado (Flamengo), Giovannoni e Alex Garcia (ambos do Brasília), entre outros.

A série de amistosos realizados pelo grupo provaram a boa fase. Jogos equilibrados contra a experiente e poderosa equipe argentina, conquistando inclusive o torneio Super Four, em Foz do Iguaçu, por 91 a 75, vitoria fácil sobre a Espanha B (até pouco tempo nossa seleção não teria condições de fazer nem ao menos uma partida equilibrada contra os reservas espanhóis), e finalmente uma belíssima atuação contra o 'já medalha de ouro' Estados Unidos, na derrota por 80 a 69.

Os norte americanos, que realizaram alguns amistosos que não passaram de jogos de exibição, devida a facilidade em aplicar placares elásticos,  tiveram que suar para superar o Brasil. O poderoso ataque comandado por algum dos principais nomes do esportes como LeBron James e Kobe Briant ficou limitado a meros 80 pontos, muito aquém dos três digitos que esta acostumada a atingir.


O pivô Nenê voltou a servir a seleção brasileira

O primeiro quarto da partida foi vencido pelos brasileiros com uma diferença de 10 pontos. O terceiro e último quarto terminaram a favor dos gringos, mas com placar equilibrado. O segundo período de jogo que pesou contra nosso selecionado. Huertas e Cia marcaram apenas cinco pontos contra 20 das estrelas norte americanas.

Apesar das falhas apresentadas nesse pobre segundo quarto de partida ante norte americanos, em que o Brasil foi desarmado com extrema facilidade, permitindo rápidos contra ataques ao adversário, a experiencia de enfrentar de igual para igual a favoritíssima candidata a medalha de ouro provou o atual status de nossa seleção.

Depois deste confronto, o grupo também perdeu por pequena diferença para a França, de Tony Parker, ganhou com facilidade a Austrália, adversário da estréia, no domingo (29), por 87 a 71, e atropelou a Tunísia em 87 a 54.

Além dos australianos, o Brasil enfrenta China, Espanha, Grã-Bretanha e Rússia na primeira fase do torneio.

A opinião dos craques

Amaury Pasos ressalta a força dos rivais na primeira fase
O ex-jogador Amaury Pasos, bicampeão mundial pelo Brasil em 1959 e 1963, e duas vezes medalha de bronze, nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, e Tóquio, em 1964, analisou o atual momento do Brasil e os adversários da primeira fase olímpica. "A seleção teve méritos de conseguir a classificação, mas agora é difícil. Se jogar muito, muito bem, pode ser que consiga uma medalha, mas acho difícil. Estamos em uma chave que tem a Espanha, que é candidata a medalha de prata. Tem Austrália, da qual somos fregueses seculares, então qualquer adversário é peleira", disse em entrevista ao Blog Faculdade da Bola.

Outro representante da fase mais gloriosa de nosso basquete, o ex-pivô Antonio Sucar, que defendeu o Brasil na conquistas das duas medalhas olímpicas, além do título mundial de 63, no Rio de Janeiro, tem mais esperanças em uma possível conquista em solos ingleses e, para isso, usou como exemplo outra seleção comnadada por Magnano. "Nas olimpiadas de 2004 o melhor eram os Estados Unidos, mas quem ganhou foi a Argentina", lembrou durante entrevista concedida à equipe do Blog Faculdade da Bola em seu escritório, em Moema, capital.

Sucar acredita na conquista de medalha em Londres
O gigante, argentino de nascimento, ainda vê com bons olhos a presença de seu compatriota Rubén Magnano no comando do time e cogita uma posição no pódio em Londres, para repetir a conquista de sua geração. "Rubén é muito bom técnico, ele deu força para nossa seleção. Se a gente tiver sorte, pode ser medalha de bronze ou medalha de prata. Até o sonho impossível, de uma medalha de ouro", vislumbra Sucar.

Talvez o sonho de Antonio Suca não seja algo tão inatingivel. Resta ao torcedor brasileiro acreditar que uma possível medalha - não importando sua cor - seja o catalisador necessário para impulsionar a modalida no país, reeditando os tempo gloriosos de Amaury e Sucar.


Guilherme Uchoa

Fotos: Colin Foster/ Divulgação CBB (Huertas e Nenê), Gabriel Soares (Amury) e Guilherme Uchoa (Sucar)



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Prognósticos do Brasileirão

Após quase um terço de Campeonato Brasileiro, ou seja onze rodadas, já posso apostar quais os clubes brigarão pelo título, pelas vagas na Libertadores e contra o fantasma do rebaixamento. Não sou nenhum mago ou vidente, mas o futebol apresentado e a força do elenco, me fez refletir sobre o futuro da competição.

Título

O bom time do Atlético Mineiro é candidatíssimo ao titulo de campeão brasileiro após 41 anos de jejum. O setor ofensivo do time é muito bom com Bernard, Jô e Ronaldinho Gaúcho e ainda tem André no banco. O setor defensivo também está bem com Réver em boa fase e a experiência do goleiro Victor, setor que era o ponto fraco do time.

O Internacional é forte candidato ao título de campeão brasileiro

O Fluminense e o Internacional serão os principais rivais do time mineiro. O Tricolor das Laranjeiras tem um elenco muito bom e um time que já está muito bem entrosado. Já o Internacional montou um verdadeiro esquadrão com a chegada do zagueiro Juan, o atacante Diego Forlán, a permanência de Leandro Damião, e a possível chegada de Paulo Henrique Ganso no lugar do garoto Oscar.

Libertadores
O São Paulo briga por uma vaga na Libertadores

Pela vaga na Libertadores de 2013, estão no páreo, Vasco da Gama, São Paulo, Grêmio, Botafogo e Cruzeiro. Será uma disputa bem interessante pela última vaga no torneio mais importante das Américas, já que os três citados acima deverão ficar com as primeiras posições e estes clubes brigam então por uma vaga.

Rebaixamento

Embora ainda seja cedo, já posso considerar o representante de Goiás como o novo participante da série B de 2013. Junto com o Atlético Goianiense, devem brigar para fugir da zona da degola o Náutico, o Sport, o Bahia, o Figueirense, a Portuguesa e o Santos. Não deve fugir desses clubes os rebaixados deste ano.

O Bahia luta para não voltar a série B
Portanto, estes são os meus prognósticos para este ano. Sei que muitos irão discordar, afinal, todos querem ou acreditam que seu time vai brigar pelo título ou não vai sentir o gosto amargo de disputar uma segunda divisão. Mas torcedor é assim mesmo e sempre põe o coração na frente da razão. Em dezembro, após a 38ª rodada, podem me cobrar.


 
Richard Durante Jr