O final de semana de decisões dos campeonatos estaduais pelo Brasil afora praticamente confirmou os campeões nos dois principais centros do futebol nacional. Tanto Santos quanto Fluminense só não levantarão as taças em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, caso um milagre aconteça.
O time da baixada santista, jogando com seu uniforme azul, enfrentou um corajoso time do Guarani, de Campinas, mas não teve dificuldade para confirmar seu favoritismo e registrar três gols a seu favor, contra nenhum assinalado pelo lado dos campineiros.
Mais uma vez, os destaques santistas ficaram por conta de sua dupla Neymar e Ganso. O atacante até teve uma atuação “normal” para seus padrões. No primeiro tempo não levou tanto perigo para a defesa adversária, mas, ainda assim, participou do primeiro tento do peixe. Na etapa final, mostrou seu faro artilheiro, fez um gol de oportunismo, escorando bola que sobrou depois da tentativa de Ganso de driblar o goleiro Emerson, e outro de habilidade - driblando o xerifão bugrino Domingos e tocando para o fundo das redes.
De quebra a estrela, de apenas 20 anos, chegou aos 104 gols com a camisa do Santos e igualou João Paulo e Serginho Chulapa – astros da equipe nas décadas de 70 e 80 – na artilharia santista pós-Pelé. No geral, Neymar é o 18º maior goleador do Peixe.
Já Paulo Henrique Ganso teve mais uma atuação digna do pesadíssimo número 10 que carrega as costas. O meia fez jus a sua comemoração do primeiro gol, regendo seu esquadrão como um verdadeiro maestro. Além de tirar o zero do placar aos 42 minutos do primeiro tempo com um belo chute, e participar do segundo gol, PH Ganso foi a principal fonte criativa do meio de campo. De acordo com números da Footstats, foram 50 passes certos em toda a partida, sendo muitos desses passes longos e, portanto, mais difíceis de realizar.
O Guarani chegou a levar algum perigo a defesa santista, contanto com bola na trave, mas sentiu falta dos contundidos Fumagalli e Oziel, do capitão Weillington Monteiro, além de perder o zagueiro titular Neto ainda no primeiro tempo, por contusão muscular.
Apesar da derrota, fica aos torcedores bugrinos a satisfação de realizar um destacável campeonato paulista. Os comandados de Vadão encerrarão sua participação no certame, no próximo domingo, com um aproveitamento de 10 vitórias em 11 jogos realizados em sua casa, no estádio Brinco de Ouro da Princesa. Na fase inicial ganhou oito jogos e perdeu apenas para o próprio Santos. Nas quartas de final, vitória sobre o Palmeiras por 3 a 2 e nas semi finais, triunfo no derby, contra Ponte Preta, por 3 a 1.
Rio de Janeiro
Em solos cariocas, O Fluminense levou um gol do Botafogo logo no início da peleja, aos oito minutos, com Renato. Mesmo assim, o tricolor não se intimidou e abusou de todo seu poderio ofensivo para virar e golear.
Provando ter um dos melhores elencos do país, o Flu empatou com um golaço de Fred, de bicicleta, virou e ampliou com Rafael Sobis, nem sempre titular, mas ótima opção de Abel Braga, e fechou a conta com o jovem Marcos Junior, 18 anos. Deco e Thiago Neves também estavam em tarde inspirada no Engenhão e foram fundamentais para derrubar a invencibilidade alvinegra que já durava 23 partidas.
O resultado foi conquistado em parte pelo recuo excessivo do Botafogo após abrir o marcador e em parte pela intensificação da marcação do Fluminense, impedindo que Fellype Gabriel, Maicosuel e Elkeson criassem boas oportunidades para que Loco Abreu finalizasse a meta de Diego Cavalieri.
Agora o Botafogo esta na mesma situação de Guarani: precisa ganhar por quatro gols de diferença para levantar o caneco, ou por três gols para levar a disputa para os pênaltis.
No futebol já vimos diversos casos de viradas antológicas, partidas ou títulos praticamente perdidas, mas que tiveram o cenário revertido. Tanto Santos quanto Fluminense protagonizaram essa situação na semifinal do campeonato brasileiro de 1995. O tricolor carioca de Renato Gaucho venceu o jogo de ida, no Rio, por 4 a 1. No jogo de volta, o Santos de Giovanni e Camanducaia fez o improvável, ganhando por 5 a 2 e garantindo vaga na final do torneio.
Portanto, os dois clubes devem voltar a campo no próximo domingo - dia das mães - com foco total na partida para evitar que as taças, tão próximas da Vila Belmiro e das Laranjeiras, não se percam no caminho e tomem rumos diferentes.
Demais estados
Se em São Paulo e Rio de Janeiro as faturas estão praticamente liquidadas, não se pode dizer o mesmo dos demais estados.
Exceção a Santa Catarina, onde o Avaí abriu confortável vantagem de três gols sobre o rival Figueirense, e Rio Grande do Norte, no qual o América sagrou-se campeão na vitória por 2 a 0 sobre ABC; Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Paraná, Goiás e Pernambuco ainda vivem a expectativa de definir seu vitorioso.
América e Atlético ficaram no 1 a 1em Belo Horizonte , sendo que o segundo tem vantagem de empate na semana que vem. Em Caxias do Sul, o time local também empatou em 1 a 1 com o Internacional, que leva a vantagem do empate para o jogo de volta, em Porto Alegre. Na Bahia, o clássico Ba-Vi acabou em branco. O tricolor de Paulo Roberto Falcão jogará em casa a partida derradeira.
Pernambuco e Ceará também assistiram a clássicos sem gols. Sport leva vantagem para o segundo jogo contra o Santa Cruz e Fortaleza e Ceará realizam nova partida no estádio Presidente Vargas.
No paranaense, 2 a 2 entre Atlético e Coritiba. O time que vencer no Couto Pereira será campeão. Em caso de novo empate, decisão por pênaltis. O mesmo placar foi repetido em Goiás, no Serra Dourada. Goiás leva tem a possibilidade de empate sobre o Atlético para ser campeão no próximo domingo.
Na Paraíba, Sousa e Campinense fazem a final a partir de quarta-feira. No Distrito Federal, Ceilândia e Luziânia fazem a decisão. São Domingos e Confiança confirmaram presença na final sergipana, e no Pará, Cametá e Remo jogam hoje, no Mangueirão.
Guilherme Uchoa
Fotos: Marcos Ribolli/ Globoesportes.com e Sérgio Moraes/Reuters
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